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Maduro anuncia venda de gasolina a preço internacional

14 ago 2018 - 06h26
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Presidente condiciona subsídio do combustível a carnê e censo do governo, que oposição considera ferramentas de controle social e político. Objetivo da nova política seria combater contrabando para Colômbia e Caribe.O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (13/08) mudanças no subsídio do governo sobre a gasolina, considerada a mais barata do mundo, como parte de uma série de medidas para tentar recuperar a economia do país.

Para pagar preço subsidiado pela gasolina, venezuelanos terão que se inscrever em censo do governo
Para pagar preço subsidiado pela gasolina, venezuelanos terão que se inscrever em censo do governo
Foto: DW / Deutsche Welle

A venda pelo preço subsidiado da gasolina será mantida para todos os que tiverem o Carnê da Pátria, censo criado no ano passado e no qual se inscreveram 17 mil pessoas. O carnê controla o acesso a alimentos subsidiados, medicamentos, hospitais, ensino público e benefícios sociais.

Também poderão continuar comprando o combustível pelo valor subsidiado os venezuelanos terão que se registrar até esta sexta-feira no Censo de Transporte, criticado pela oposição como uma ferramenta de controle social e político. Quem não se cadastrar terá que pagar preço internacional.

A alteração da política de subsídio da gasolina visa controlar o contrabando para ilhas do Caribe e a Colômbia, disse Maduro, acrescentando que a Venezuela perde 18 bilhões de dólares anualmente no tráfico ilegal de combustíveis para o país vizinho.

"Espero que em dois anos tenhamos consertado a deformidade que se criou por muitos anos: a gasolina era dada de presente", afirmou Maduro. "Essa é uma anomalia muito grande, já criei o sistema para evitá-la e aspiro que funcione."

O preço médio do litro da gasolina na Colômbia, de cerca de 1 dólar, é o suficiente para encher os tanques de 700 veículos na Venezuela.

O preço da gasolina na Venezuela não sofre mudanças desde 2016, quando Maduro o fixou em seis bolívares por litro. Desde então, a depreciação do bolívar acabou convertendo o valor em uma quantia ínfima.

Maduro advertiu que, caso a oposição se atreva a sabotar o novo preço da gasolina, "vai se arrepender de ter nascido". Opositores consideraram os censos do governo discriminatórios e pediram que os cidadãos não se inscrevessem.

Plano de recuperação

Em 20 de agosto, entra em vigor o novo plano de recuperação econômica de Maduro, com a segunda reconversão monetária em dez anos. Uma nova família de notas, o bolívar soberano, passará a circular, cortando cinco zeros da moeda nacional.

A nova moeda coexistirá com o atual bolívar forte. Enquanto o bolívar soberano será usado para pagar transações maiores, o bolívar forte será destinado para pequenas despesas. Maduro espera que o plano ajude a recuperar a economia do país, assolada pela hiperinflação e recessão, em dois anos.

O anúncio do plano econômico foi feito após o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertar que a inflação anual venezuelana pode chegar a 1 milhão por cento neste ano.

O bolívar soberano ficará será indexado à criptomoeda estatal petro, lançada em dezembro passado para driblar as sanções financeiras de Washington.

PJ/dpa/efe

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