Mãe de Henry é rejeitada em cela por delegada ligada ao jogo do bicho
Após ser rejeitada como companheira de cela por delegada Adriana Belém, Monique Medeiros precisou ser realocada
O Instituto Penal Santo Expedito, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, teve uma confusão envolvendo a delegada Adriana Belém, presa por suspeita de envolvimento com rede de jogos de azar, e Monique Medeiros, suspeita de participar da morte do próprio filho, Henry Borel. A delegada não teria aceitado a chegada da presa na mesma cela que ela, e exigiu por sua saída, fazendo com que Monique fosse realocada.
Segundo divulgado por O Globo, Adriana teria sido surpreendida, ao sair do banheiro, com a presença de Monique na mesma cela onde está presa. A delegada então afirmou que o espaço era destinado apenas para custodiar mulheres policiais, e pediu, aos gritos, que Monique fosse transferida para outro xadrez.
Ainda de acordo com o veículo, Adriana argumentou que a cela em que está é "classificada como de estado maior, a qual só faz jus a profissionais de segurança pública" e, por esse motivo, não poderia ficar Monique no local.
Em nota enviada ao Terra, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) informa que, por conta da decisão judicial que determina o retorno de Monique Medeiros para a unidade prisional da SEAP, a mesma foi colocada, temporariamente, na mesma cela da delegada Adriana Belém para a realização de triagem. Após alguns minutos, Monique Medeiros foi realocada em outra cela.
Procurada pelo Terra, a defesa de Monique não quis se posicionar sobre o ocorrido. A reportagem ainda não conseguiu contatar a advogada que representa Adriana Belém.
Prisão de delegada
A delegada licenciada da Polícia Civil Adriana Belém foi presa em maio deste ano, após ter a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Adriana foi um dos alvos da operação Calígula, deflagrada pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) contra uma rede de jogos de azar supostamente liderada pelo contraventor Rogério de Andrade, junto de seu filho Gustavo, com participação de ‘dezenas’ de criminosos, entre eles Ronnie Lessa, acusado pelo assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
Em um mandado de busca na casa da delegada licenciada, localizada em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, foram apreendidos cerca de R$ 2 milhões em espécie. O dinheiro, segundo o MPRJ, foi localizado em sacolas e em uma mala.
Volta de Monique à cadeia
A 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio determinou que Monique voltasse para a cadeia nesta semana. Os desembargadores acolheram o recurso do Ministério Público contra decisão de 1ª instância que havia determinado a soltura de Monique e a sua transferência para endereço não conhecido, após supostas ameaçadas no presídio. Em 6 de abril, ela foi solta e monitorada por tornozeleira eletrônica.
Em sua decisao, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, relator do processo, destacou que Monique é acusada de homicídio praticado com tortura, um crime hediondo, e sua permanência em logal sigiloso "faz com que não possa haver fiscalização pelo Ministério Público, assim como dificulta que o Estado possa assegurar sua integridade".
Segundo o tribunal, ela ficará detida em batalhão prisional enquanto as ameaças são investigadas. Monique e o padrasto do Henry, o ex-vereador Dr. Jairinho, são réus pela morte da criança.