Mãe do Maníaco do Parque luta pela liberdade do filho: 'Me atormenta ele estar preso'
Mãe do Maníaco do Parque afirma acreditar que filho está pronto para voltar a viver em sociedade
Maria Helena Pereira, mãe do 'Maníaco do Parque', concedeu uma entrevista no último domingo (10). Francisco Assis Pereira foi condenado a mais de 289 anos de prisão em 1998, por homicídio qualificado, estupro, ocultação de cadáver e ataque violento ao pudor. O criminoso foi preso após confessar ter matado 11 mulheres e ter feito 23 ataques.
Viver em sociedade
Em entrevista ao Domingo Espetacular, a mãe de Francisco afirma que antes não acreditava que ele estava pronto para viver em sociedade. Mas agora, diante da possibilidade dele receber a liberdade em 2028, defende sua mudança de opinião. "Eu detesto esse nome [Maníaco do Parque]. Não me perguntem por esse nome que eu não respondo. Nunca respondi. Me atormenta ele estar preso, eu poderia estar aqui vangloriando as coisas boas que ele estivesse fazendo aqui", lamenta.
"Como eu poderia deixar um filho, com todas as coisas que aconteceram, perambulando pelo mundo? Ele deixou de ser uma pessoa má, não vou abandonar e nem falar mal dele para ninguém", defende.
Início do caso
Segundo Maria Helena, a família de Francisco decidiu se mudar da capital de São Paulo para o interior por considerarem a cidade muito violenta. Na época com 24 anos, o filho decidiu ficar, pois estava com um emprego estável como motoboy.
Foi neste período que Maria Helena começou a acompanhar, na televisão, a investigação de um matador em série em São Paulo. A Polícia Civil relatou que dezenas de corpos começaram a aparecer no Parque do Estado, local de mata fechada, e o assunto se popularizou.
Sem saber que se tratava de seu próprio filho, a mãe se assustou ao se deparar com o retrato falado feito pelas vítimas que sobreviveram. "Respirei fundo e pensei: 'Não pode ser, parece com o Francisco'", relembra.
Contato com o filho
Francisco foi encontrado e preso no Rio Grande do Sul. Na época, ao ser transferido para São Paulo, o criminoso encontrou-se com a sua mãe a pedido da polícia. "Pediram para eu perguntar se era ele mesmo que tinha feito aquilo. Perguntei baixinho, no ouvido, abraçada nele e ele disse que não", relata. Após o encontro com a mãe, Francisco confessou seus crimes para a polícia.
A família não visita Francisco na cadeia há 10 anos. "A situação financeira foi caindo. É longe, e se eu for, preciso de um hotel para ficar, e não tenho condições", explica a mãe. O último contato com ele foi por cartas, em agosto deste ano. Na mensagem, ele conta sobre sua rotina na cadeia e diz que entende a ausência da mãe por falta de recursos.
Irmão será "sua sombra"
O irmão mais velho de Francisco, que também não o vê há 10 anos, relata que pretende ser "sua sombra" quando ele estiver fora da cadeia. "Se ele estiver com atitude errada, falo para as autoridades que não vai dar certo, que ele vai fazer coisa errada", afirmou.