Maioria das empresas do mundo não sabem o porquê suas aplicações param de rodar
Estudo que revela as dores dos profissionais de operações de tecnologia de empresas do Brasil e do mundo alerta que 97% das companhias não contam com os insights necessários para garantir a qualidade dos serviços de aplicações de missão crítica
Os resultados do estudo State of application strategy XOps Edition, relatório da F5 construído a partir de entrevistas realizadas em 2022 com 500 profissionais das áreas operacionais de TI, Infraestrutura e Cyber Security de empresas de todo o mundo, incluindo 45 do Brasil, mapeia os desafios vividos pelos responsáveis por operações de cloud computing, segurança, desenvolvimento de aplicações e inteligência artificial de gigantes de tecnologia na era da multinuvem em todo o globo.
De acordo com a pesquisa, 97% dos entrevistados afirmaram não contar com as informações necessárias para garantir a qualidade de serviço de aplicações de missão crítica que são as plataformas responsáveis por fazer os negócios acontecerem.
O estudo analisa, ainda, as dificuldades de se avançar no modelo XOps, que agrupa equipes envolvidas em DevOps, Site Reliability Engineering (SER), SecOps e CloudOps, entre outras áreas. Rafael Sampaio, Solutions Engineer da F5 Brasil, explica que o conceito de XOps engloba dezenas de áreas que vão do DevOps (operações de desenvolvimento de aplicações) a AIOps (operações de inteligência artificial), passando por SER (Site Reliability Engineering) e CloudOps (operações de ambientes de computação em nuvem). "A complexidade dos ambientes digitais que suportam as aplicações de missão crítica é tal que, cada vez mais, os profissionais se especializam numa área ou até mesmo num tipo de ferramenta. Todas as áreas representadas pelo termo XOps buscam soluções de automação e orquestração que ofereçam uma visão unificada entre os times e entre uma grande variedade de ferramentas", afirma Sampaio.
O executivo conta que essa abordagem consolida, por exemplo, a telemetria. "Mesmo que os dados operacionais sejam gerados por plataformas variadas, é possível padronizar as métricas de modo a apresentar, numa só interface, dados que fazem sentido imediato".
Para o porta-voz da F5 Brasil, o resultado dessa estratégia pode ser a redução de horas para poucos segundos do tempo necessário para, num ambiente heterogêneo e distribuído, identificar, por exemplo, a causa raiz de um incidente de segurança. "A aceleração dos negócios digitais está levando as empresas brasileiras a estudarem as vantagens de se avançar de um nível operacional pontual para a visão de 360º que incorpora todo o XOps. Este estudo da F5 aponta os desafios desta jornada", ressalta Rafael Sampaio.
O relatório da F5 revela ainda, que em uma resposta de múltipla escolha, 51% dos entrevistados disseram não ter informações sobre a causa raiz da lentidão, enquanto 46% confessam não saber se o que está por trás de um incidente é um ataque. Outros 33% afirmam não conseguir diferenciar os bots "do bem" - caso de bots do Google, por exemplo - de bots "do mal", componentes de software usados para violar ou abusar da aplicação, roubando dados. "Fica claro que, embora as organizações contem com dezenas de soluções, o uso ineficiente da automação e orquestração coloca a empresa numa situação de vulnerabilidade, algo que tem impacto direto sobre os negócios", resume Sampaio. "É o oposto do mundo 'ágil' tão buscado pelas empresas", alerta o executivo.