Mais de 2 milhões de empresas fecharam em 2023 no Brasil
Pesquisas indicam que, apesar de o país ser o segundo do mundo em potencial empreendedor, o número de negócios que fecham as portas pelos mais diferentes motivos ainda é elevado
O potencial empreendedor brasileiro é enorme - e quem afirma isso é o Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor - GEM), do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em parceria com a Anegepe (Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas).
Conforme o relatório divulgado em abril deste ano, somente em 2023, o país somou 90 milhões de empreendedores ou potenciais empreendedores. Contudo, em paralelo a esses dados, se desenvolve um cenário menos promissor: o alto número de empresas fechadas.
No Brasil, cerca de 2,1 milhões empresas foram fechadas no último ano, o que dá uma média de quatro negócios extintos a cada minuto no país. Os dados são do Mapa de Empresas do Governo Federal. Esse número representa um aumento de 25,7% em relação a 2022.
Segundo a apuração do GEM, o Brasil ocupa a segunda posição dentre os países de maior potencial empreendedor, perdendo apenas para a Índia. No entanto, o número de empresas que não se sustentam e encerram suas atividades é um fator preocupante.
Para Bruno Darolt, CEO e fundador da BD Consultoria, esses dados são reflexos de vários fatores. "Por mais que o Brasil se destaque como segundo país com mais potencial em empreendedores do mundo, ainda nos deparamos com muitos 'aventureiros' criando negócios e não sustentando seu crescimento".
Darolt cita, ainda, questões políticas e econômicas que podem afetar até mesmo negócios mais estruturados, levando-os a fechar por falta de controle do macro ambiente.
Fatores que podem fazer um negócio a fechar
Ainda segundo dados do Mapa de Empresas, as seguintes atividades econômicas fecharam 2023 com um número de fechamentos superando os 70% em relação ao quantitativo de empresas abertas:
- Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios;
- Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares;
- Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios.
Para Darolt, os grandes "vilões" são a falta de capacitação, de planejamento e a gestão. "É notável que o empreendedor, ao abrir o seu negócio, muitas vezes fica preso na rotina operacional e se esquece do mais importante: a gestão estratégica do negócio".
O CEO também destaca o papel da capacitação no cenário de constantes mudanças no mundo dos negócios. "Capacitar-se é algo fundamental para que possa acompanhar todo esse desenvolvimento, principalmente se o empreendedor atuar no mundo digital".
"Em relação a gestão, é essencial que o empreendedor consiga implementar tecnologias que possam fornecer dados para embasá-lo nos momentos de tomada de decisão", finaliza Darolt.
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