Colômbia tem mais de 3 mil grávidas infectadas com zika
Ao todo, há 25.645 pessoas infectadas com o vírus, entre as quais 3.177 grávidas. Presidente colombiano projeta 600 mil infecções. Até então, porém, não existe registro de casos de microcefalia ligados ao zika no país.
Mais de 3.100 colombianas grávidas estão infectadas com o vírus zika, comunicou o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, neste sábado (06/02), no momento em que a doença continua sua rápida expansão na América Latina.
O vírus tem sido associado ao nascimento de bebês com microcefalia e a casos de Síndrome de Guillain-Barré. Ainda na existe vacina ou tratamento contra a infecção.
Ao todo, há 25.645 pessoas infectadas com o vírus zika na Colômbia, entre as quais 3.177 mulheres grávidas, afirmou Santos durante pronunciamento transmitido em rede nacional ao lado de autoridades de saúde. Segundo Santos, não existe até agora registro de qualquer caso de microcefalia ligado ao zika no país.
"A projeção é que podemos acabar tendo 600 mil casos", disse Santos, acrescentando que poderia haver até mil casos da Síndrome de Guillain-Barré, uma condição rara e grave que pode causar paralisia e que alguns governos têm relacionado à infecção por zika.
O governo está trabalhando em todo o país para combater os mosquitos transmissores com fumigação e ajudando as famílias a livrar suas casas de água estagnada, acrescentou o presidente.
O ministro da Saúde da Colômbia, Alejandro Gaviria, afirmou ainda acreditar que três mortes estão relacionadas ao vírus zika.
A província de Norte de Santander registrou cerca de 5 mil casos do vírus zika, mas do que qualquer outro país, segundo um boletim epidemiológico do Instituto Nacional de Saúde. Norte de Santander, localizado ao longo da fronteira com a Venezuela, registrou também o maior número de mulheres grávidas com zika – quase 31% do total dos casos.
Segundo o mesmo boletim, a região caribenha do país, que inclui os populares destinos turísticos de Cartagena e Santa Marta, registrou mais de 11 mil casos do vírus zika.
O governo colombiano comunicou que as mulheres grávidas infectadas com o zika são elegíveis para acessarem o bastante restrito serviço de aborto. Na sexta-feira, a ONU havia defendido que países latino-americanos autorizem o direito ao aborto em casos de infecção em gestantes – tema delicado na América Latina, onde a Igreja Católica e igrejas neopentecostais têm forte influência.
O governo colombiano recomendou também que as mulheres adiem a gravidez por seis a oito meses. Casos não notificados e os pacientes sem sintomas da infecção podem significar que há entre 80 mil e 100 mil infectados por zika atualmente na Colômbia, de acordo com o governo.
Estima-se que 80% das pessoas infectadas com o vírus zika não apresentam sintomas, como dores no corpo, febre amena e erupções cutâneas. No começo do mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência internacional por microcefalia.