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Marburg: o que se sabe sobre vírus com potencial pandêmico?

Na Ruanda, o vírus, que provoca uma febre hemorrágica, já provocou 11 mortes em 2024

4 out 2024 - 13h49
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Ruanda, situada no centro-leste da África, está atualmente enfrentando um surto do vírus de Marburg, uma febre hemorrágica altamente letal. Este surto, que resultou em 11 mortes até agora, representa uma situação inédita no país, que nunca havia registrado casos dessa doença anteriormente. O surto foi declarado em setembro e, desde então, 36 casos foram confirmados pelas autoridades de saúde ruandesas.

Foto: Reprodução/Wikimedia Commons / Perfil Brasil

Esta situação chamou a atenção global após o fechamento parcial da estação central de trem de Hamburgo, na Alemanha, em resposta a uma possível exposição. Um estudante de medicina, que esteve em contato com o vírus enquanto estava em Ruanda, relatou sintomas suspeitos. Felizmente, testes confirmaram que tanto ele quanto seu companheiro não estavam infectados com o Marburg, tranquilizando o público sobre o risco em território europeu.

O que é o vrus de Marburg?

O vírus de Marburg foi identificado pela primeira vez em 1967, durante surtos simultâneos na Alemanha e na atual Sérvia. Associado a macacos verdes africanos importados de Uganda, a doença apresenta semelhanças clínicas com o Ébola, embora sejam causados por vírus diferentes. As taxas de letalidade do Marburg são alarmantes, variando de 24% a 88%, dependendo da cepa e do manejo do caso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Até o momento, não existem vacinas ou tratamentos específicos para o Marburg. A abordagem médica consiste em cuidados de suporte, como a hidratação adequada dos pacientes e o tratamento dos sintomas, medidas que podem aumentar as chances de sobrevivência.

Quais os sintomas do vírus de Marburg?

O vírus de Marburg provoca uma febre hemorrágica viral severa, que compromete a capacidade do organismo de coagular o sangue. O período de incubação pode durar de 2 a 21 dias, e os sintomas incluem febre alta, forte dor de cabeça, mal-estar generalizado e letargia. Outros sinais incluem dores musculares, diarreia, náusea, e sangramentos internos e externos, envolvendo vômitos com sangue.

A doença não é transmissível durante o período de incubação, mas torna-se altamente contagiosa após o início dos sintomas. Pacientes gravemente doentes frequentemente morrem oito ou nove dias após a manifestação dos sintomas.

Como Ruanda está combatendo o surto?

As autoridades de saúde de Ruanda declararam o surto em 27 de setembro e estão em alerta máximo. Até o momento, 36 casos foram registrados, com 11 mortes confirmadas. O governo está isolando os pacientes infectados para prevenir a propagação do vírus e já iniciou esforços para desenvolver ensaios clínicos e tratamentos experimentais. O ministro da saúde, Sabin Nsanzimana, afirmou que estas ações fazem parte de uma estratégia para ajudar os pacientes a se recuperarem com maior rapidez.

Além disso, a OMS alertou sobre o risco de disseminação do Marburg devido ao aeroporto internacional em Kigali, sublinhando a necessidade de medidas rigorosas de contenção para prevenir a expansão da doença para além das fronteiras de Ruanda.

Comparando com surtos anteriores

Este surto em Ruanda destaca-se pela quantidade de casos confirmados em um curto período de tempo. Em comparação, a Guiné Equatorial reportou 17 casos em 2023, com um número expressivo de mortes, enquanto a Tanzânia registrou seis mortes no mesmo ano. Históricos de surtos anteriores mostram que o vírus de Marburg pode ser devastador, como em Angola entre 2004 e 2005, onde mais de 200 pessoas perderam a vida.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) considera o risco de contágio baixo nos Estados Unidos, mas continua monitorando a situação em Ruanda de perto, com seus especialistas já trabalhando na resposta ao surto.

Perfil Brasil
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