Marcha pela independência une governo e extrema direita na Polônia
Manifestação marca centenário da reconquista da independência do país, no fim da Primeira Guerra Mundial. Governo é criticado por se unir a movimentos nacionalistas de extrema direita.O presidente da Polônia, Andrzej Duda, e o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki encabeçaram neste domingo (11/11) uma marcha que percorreu Varsóvia para comemorar o centenário da reconquista da independência do país. A marcha foi precedida de muita polêmica por causa da participação de grupos de extrema direita.
Relatos iniciais afirmam que as bandeiras da Polônia se sobrepuseram às mensagens radicais, que na marcha de 2017 haviam levado o Parlamento Europeu a aprovar uma resolução em que instava os Estados-membros a atuarem de modo decisivo contra a extrema direita.
O ministro do Interior, Joachim Brudzinski, afirmou que até 200 mil pessoas participaram da Marcha da Independência, segundo ele sem o registro de incidentes relevantes.
Apesar do predomínio das bandeiras vermelhas e brancas, também foram vistos símbolos e bandeiras do partido Acampamento Radical, uma formação que remete a um movimento fascista dos anos 1930, e do partido político italiano de extrema direita Forza Nuova.
Alguns grupos exibiram mensagens supremacistas, a favor de uma Europa branca e contra refugiados, e bandeiras da União Europeia foram queimadas. De um modo geral, porém, o grau de radicalização foi menor do que em anos anteriores.
A marcha foi convocada pelo governo, que na última hora concordou em unir a sua marcha à dos grupos nacionalistas, que há oito anos organizam a sua própria manifestação e que este ano estiveram ameaçados de não poder repeti-la.
Organizações de combate ao racismo criticaram o governo da Polônia por se reunir com extremistas de direita e por concordar em participar de uma marcha em que são exibidos símbolos fascistas.
A Polônia comemorou este ano o centenário da reconquista da sua independência, em 11 de novembro de 1918, depois de 123 anos de divisão territorial e ocupação pela Prússia, Rússia e Império Austro-Húngaro.
AS/efe/dpa
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