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Mauro Cid deixou 'mala do presídio' pronta antes de audiência com Moraes; entenda

22 nov 2024 - 14h59
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), chegou à audiência com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, nesta quinta-feira (21), preparado para todos os cenários. Temendo ser preso novamente por descumprir termos da delação premiada, ele separou roupas para uma eventual transferência ao presídio.

Mauro Cid deixa STF após audiência com Alexandre de Moraes, em 21 de novembro de 2024
Mauro Cid deixa STF após audiência com Alexandre de Moraes, em 21 de novembro de 2024
Foto: Fellipe Sampaio/STF / Perfil Brasil

A tensão de Cid foi alimentada por sinais concretos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pressionava por sua prisão, alegando que ele havia omitido informações sobre o ex-ministro Braga Netto e um plano de militares para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, em 2022. Além disso, a convocação direta por Moraes, para uma audiência de custódia, deixou claro o risco de medidas mais severas.

Da quase prisão à delação de Cid preservada

Mesmo com os alertas, Cid conseguiu encerrar o dia com a liberdade provisória e os termos da delação mantidos. Segundo fontes da investigação, ele forneceu detalhes adicionais sobre Braga Netto. O depoimento incluiu uma afirmação crucial: Cid não participou do planejamento do suposto atentado, pois teria sido retirado da reunião a pedido do ex-ministro, em 12 de novembro de 2022.

O encontro ocorreu na casa de Braga Netto e, segundo Cid, ele permaneceu no local por apenas 30 minutos. A veracidade dessa alegação foi sustentada com registros de entrada e saída do Palácio do Planalto. Investigadores afirmam que, embora o depoimento não tenha trazido revelações inéditas, ajudou a consolidar pontos importantes para a investigação.

Com isso, a PGR recuou da intenção de pedir a prisão de Cid, e Moraes aceitou os esclarecimentos como uma extensão válida da delação.

O elo de Braga Netto com os golpistas

Ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Braga Netto é apontado como o elo entre o ex-presidente e os apoiadores que montaram acampamentos golpistas após a derrota eleitoral de 2022. Um vídeo público em que ele incentiva os manifestantes a continuarem acreditando na reversão do resultado das urnas está entre as provas em análise pela Polícia Federal.

A PGR segue em busca de mais detalhes sobre o envolvimento do ex-ministro, mas os investigadores já possuem indícios de sua participação ativa. O fato de ele ter sido uma figura próxima a Bolsonaro torna sua atuação central no desdobramento das apurações.

Com o relatório da PF ultrapassando 800 páginas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e sua equipe trabalham na organização das provas para definir a denúncia. A expectativa é de que a análise se estenda até 2024, com Cid podendo ser convocado novamente pelo Ministério Público para esclarecer pontos cruciais.

Perfil Brasil
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