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May supera moção de desconfiança interna dos conservadores

12 dez 2018 - 19h50
(atualizado às 21h39)
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Primeira-ministra vence votação por 200 votos contra 117 e continua na liderança do Partido Conservador e do governo. Moção foi apresentada por correligionários insatisfeitos com o acordo do Brexit.A primeira-ministra britânica, Theresa May, ganhou nesta quarta-feira (12/12) uma moção de desconfiança dentro do próprio Partido Conservador por 200 votos contra 117. A votação foi secreta.

Foto: DW / Deutsche Welle

Com a vitória, May permanece na liderança do Partido Conservador e também no cargo de premiê. Ela também fica imune durante um ano a uma nova contestação interna.

Antes da votação, ela anunciara aos deputados do Partido Conservador que pretende abandonar o cargo antes das eleições legislativas de 2022, de acordo com vários testemunhos de correligionários.

"O resultado da votação desta noite é que o grupo parlamentar tem confiança em Theresa May", anunciou Graham Brady, presidente do Comitê 1922, que reúne os parlamentares do Partido Conservador.

Após o resultado, May disse que está satisfeita "em receber o apoio dos meus colegas". "Um número significativo de parlamentares votou contra mim e eu ouvi o que eles têm a dizer. Após essa votação, temos que seguir com o trabalho de entregar o Brexit para o povo britânico e construir um futuro melhor para o nosso país".

A moção de desconfiança foi apresentada por deputados insatisfeitos com o acordo sobre o Brexit que May negociou com a União Europeia (UE). A saída do Reino Unido da UE está prevista para 29 de março. O principal ponto de descontentamento é a solução para evitar uma fronteira fechada entre a Irlanda do Norte, que integra o Reino Unido, e a República da Irlanda, um país-membro da União Europeia.

May adiou uma votação do acordo do Brexit prevista para terça-feira porque dezenas de seus correligionários prometiam votar contra o governo. Agora, a primeira-ministra tenta conseguir novas concessões da UE para facilitar a aprovação do texto na Câmara dos Comuns.

Em particular, May procura garantias que satisfaçam os descontentes com o mecanismo de salvaguarda para evitar o surgimento de uma fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte após o Brexit.

Após a votação, a deputada Nicky Morgan disse que a "razão prevaleceu". Por outro lado, Jacob Rees-Moog, um dos líderes da ala contrária à União Europeia do Partido Conservador, considerou que os 117 votos contra May representam um "resultado terrível" para ela.

Em sua manchete da edição de amanhã, o jornal The Guardian resumiu o episódio como "Golpe Tory falha, mas escala da rebelião fragiliza May"

Em declarações à BBC, o deputado conservador Stephen Crabb disse que a primeiro-ministra ainda enfrenta um enorme desafio em reconquistar os parlamentares que votaram contra ela.

"Aqueles deputados que votaram contra ela hoje, muitos deles também vão votar contra ela nos aspectos substanciais do acordo Brexit. Por isso, é extremamente desafiador", disse.

"Parece que não há uma maioria na Câmara dos Comuns no momento para qualquer solução para o Brexit - não para um segundo referendo, não para um acordo no estilo da Noruega, não para o acordo de May. Mas o Parlamento tem que dizer sim a alguma coisa - e May recebeu um novo mandato para seguir em frente e tentar achar uma solução."

Na quinta-feira, Merkel deve se reunir mais uma vez com líderes europeus em Bruxelas.

AS/JPS/efe/ap/lusa

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