Mesmo ausente, Trump ofusca debate republicano
Adversários ironizam boicote e aproveitam para criticar o rival, favorito nas pesquisas.
Apesar boicotar o debate dessa quinta-feira (28) com os demais pré-candidatos republicanos à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump talvez tenha conseguido maior exposição na mídia do que o evento promovido pela rede de notícias Fox News.
Trump organizou um evento paralelo na cidade de Des Moines, no estado de Iowa, que, segundo o próprio pré-candidato, arrecadou US$ 6 milhões para veteranos de guerra do país.
A estratégia do político parece ter dado certo, uma vez que o debate deixou a impressão de que nenhum de seus concorrentes representa uma potencial ameaça a Trump, que lidera as pesquisas de intenção de voto entre os republicanos.
O debate televisivo foi o último realizado antes das eleições primárias no estado de Iowa, marcado para o dia 1º de fevereiro. O chamado caucus (ou "convenção partidária") de Iowa é considerado uma etapa fundamental na corrida pela indicação à candidatura presidencial.
A ausência de Trump no evento foi atribuída às desavenças entre o pré-candidato e uma das mediadoras do primeiro debate das primárias republicanas, realizado pela mesma emissora. Trump afirmou ter sido tratado injustamente pela âncora da Fox News Megyn Kelly e chegou a insinuar que ela deveria estar menstruada ao tomar uma postura agressiva contra ele.
O presidente da emissora, Roger Ailes, tentou até a última hora negociar a participação de Trump no debate. Em comunicado, a Fox News informou que o pré-candidato exigiu que a emissora fizesse uma doação de US$ 5 milhões às suas instituições de caridade para que aceitasse participar do evento. A Fox News recusou a proposta.
Os adversários de Trump ironizaram a ausência dele no debate e aproveitaram a oportunidade para criticá-lo. As emissoras rivais da Fox News, CNN e MSNBC, chegaram a transmitir ao vivo o evento paralelo em Des Moines.