Mestre Vitalino, um legado para a arte popular brasileira
A história de um dos principais artistas brasileiros e como a sua arte se perpetua.
Neste mês de julho, comemoraríamos o aniversário 107º, daquele que foi o um dos mais importantes ceramista do pais de todos os tempos, o Vitalino Pereira dos Santos, Mestre Vitalino.
Sua arte, pioneirismo e generosidade influenciaram toda uma geração de artesãos. Sendo destacada mundialmente na arte figurativa.
Ainda criança, morando no interior de Pernambuco, começou a modelar bois, cavalos e bodes com as sobras do barro, que a mãe lavradora, usava para fazer utensílios domésticos.
Vitalino casou-se e teve 6 filhos quando muda para o Alto do Moura. Na região já havia outros ceramistas e ficava mais próximo da Feira de Caruaru. A arte individual de Vitalino começa a se destacar dos demais. Ele produziu mais de 118 temas ligados ao imaginário nordestino. Inclui no repertório bonecos de gente e de bicho. Através do barro ele registrava cenas da vida do sertanejo, de casamento, morte e nascimento, a lei o crime, a religião e a seca.
Sua arte expressionista, com os hábitos e costumes do nordestino representados no barro, rompeu os limites da Feira de Caruaru para o mundo. Em 1945, através do artista plástico Augusto Rodrigues, que organiza, no Rio de Janeiro a primeira exposição de cerâmica Pernambucana. E em 1955, ele expõe na Suíça, quando sua obra começa a ganhar o mundo.
Devido ao sucesso de suas peças, os outros artesões do Alto do Moura buscaram aprender e Vitalino sem se importar com a concorrência ensina, chegando muitas vezes a deixar a casa aberta para que todos aprendessem. Sendo assim, de maneira espontânea os outros artesões o reconheciam como Mestre.
As modelagens eram copiadas, o que se considerava um lisonjeiro e não um plagio. Ele costumava dizer: "o mundo é para todos e todos precisam viver".
Vitalino morre de varíola, em 20 de janeiro de 1963, deixando um legado, que passa ser perpetuado pelos seus filhos Manuel e Severino, seus netos e dos aproximadamente 15 discípulos. Hoje temos cerca de 700 artesões do barro trabalhando no Alto do Moura. Sendo um dos mais importantes locais do mundo em arte figurativa em barro.
As peças dos discípulos do Mestre Vitalino encontram-se à venda nas lojas Terra Nossa no Centro do Rio de Janeiro.