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Milei cogita sair do Acordo de Paris e da OMS

24 jan 2025 - 16h02
(atualizado às 16h05)
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O governo argentino, sob a liderança de Javier Milei, está causando polêmica com uma série de propostas em estudo que poderiam significar mudanças significativas nas políticas feministas, ambientais e de saúde. Com a figura de Santiago Caputo liderando essas iniciativas, a administração Milei busca revisar questões consagradas no Código Penal e em acordos internacionais, gerando debates acalorados no país e no exterior.

Foto: Reprodução/Perfil Argentina / Perfil Brasil

Uma das principais mudanças consideradas pelo governo é a de retirar o feminicídio do Código Penal argentino. Tal alteração suscita discussões intensas, uma vez que o feminicídio foi incorporado ao código como agravante de homicídio em 2012, buscando maior justiça em casos de assassinato de mulheres por razões de gênero. Dados oficiais indicam que, entre 2014 e 2023, cerca de 2.500 mulheres foram vítimas deste crime no país, sublinhando a importância do debate sobre o tema.

Por que revisar a tipificação do feminicídio?

A proposta de revisar a tipificação de feminicídio no Código Penal é defendida por Milei sob o argumento de que a valorização da vida não deve ser quantificada com base no gênero da vítima. No entanto, defensores dos direitos das mulheres argumentam que essa visão ignora a violência sistemática e estruturada que vitimiza mulheres de forma diferenciada em relação aos homens. O feminicídio busca justamente estabelecer essa diferença para garantir a justiça adequada.

No X, o Ministro da Justiça da Argentina Mariano Cúneo Libarona argumentou que o governo Milei "defende a igualdade perante a lei consagrada na Constituição". Além disso, escreveu que "nenhuma vida vale mais que outra".

Qual o impacto da saída do Acordo de Paris?

Outra medida controversa sob consideração é a retirada da Argentina do Acordo de Paris. Este tratado global visa mitigar os efeitos das mudanças climáticas, e a desvinculação poderia ter repercussões significativas para a Argentina, tanto internamente quanto no cenário internacional. A saída poderia prejudicar a imagem do país, afetando, por exemplo, suas negociações para ingressar na OCDE e o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, ambos ligando estreitamente as suas políticas à agenda ambiental.

O que significaria a saída da OMS?

Seguindo a linha de Donald Trump, Milei também estuda a possibilidade de retirar a Argentina da Organização Mundial da Saúde. Tal ação poderia impactar a gestão de saúde pública, especialmente em um mundo ainda se recuperando dos efeitos da pandemia de COVID-19. A OMS oferece suporte técnico vital e coordena esforços globais de saúde, e a retirada pode isolar a Argentina das colaborações internacionais que são essenciais para combater emergências sanitárias.

A guerra cultural no centro da agenda de Milei

Essas propostas polêmicas fazem parte de um movimento mais amplo, no qual Milei busca reforçar sua agenda cultural e política alinhada aos valores libertários. O governo, apesar de reconhecer a resistência que enfrentará no Congresso onde é minoria, demonstra determinação em prosseguir com essa linha de ação. A administração traça um caminho desafiador entre a retórica e a prática, com potenciais repercussões que vão além das fronteiras argentinas.

Perfil Brasil
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