Milícias iraquianas dão apoio a Assad contra rebeldes na Síria
Combatentes iraquianos apoiados pelo Irã entram na Síria para auxiliar o ditador Bashar al-Assad a conter os avanços rebeldes, e governo do Irã confirma apoio ao líder sírio.Milícias iraquianas apoiadas pelo Irã entraram na Sírianos últimos dias para auxiliar a contraofensiva do governo contra os rebeldes que tomaram o controle de Aleppo, a segunda maior cidade do país.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, aproximadamente 200 milicianos iraquianos cruzaram a fronteira à noite, usando caminhonetes.
"Esses são novos reforços enviados para ajudar nossos companheiros na linha de frente no norte", disse um oficial militar sênior à agência de notícias Reuters.
Combates continuam em torno de Aleppo e Idlib
Liderados pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham, os insurgentes lançaram um ataque em duas frentes contra a cidade na semana passada e se deslocaram para a zona rural em torno de Idlib e da província vizinha Hama.
Ataques aéreos sírios e russos contra as posições rebeldes persistem, principalmente nas duas províncias.
A organização de resgate civil Capacetes Brancos disse que ao menos 25 pessoas foram mortas durante essa ofensiva.
Um porta-voz do governo russo disse que "é claro que continuamos a apoiar Bashar al-Assad e mantemos contatos nos níveis apropriados".
EUA, UE e ONU pedem redução da violência
Nesta segunda-feira (02/12), os Estados Unidos, a União Europeia e as Nações Unidas fizeram apelos por um processo político que busque acabar com o conflito interno no país. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou estar alarmado com a escalada da violência.
"Queremos que todos os países usem sua influência para pressionar pela redução da escalada, pela proteção dos civis e, em última instância, por um processo político", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller.
O porta-voz de relações exteriores da UE, Anouar El Anouni, fez um alerta pela proteção dos civis e criticou a Rússia por lançar mão de ataques aéreos em áreas densamente povoadas.
A ONU estima que, desde que os combates recomeçaram no longo conflito interno, entre 26 de novembro e 1º de dezembro, pelo menos 44 pessoas morreram e cerca de 48.500 foram deslocadas na área.
"Os sírios têm suportado o conflito por quase 14 anos. Eles merecem um horizonte político que proporcione um futuro pacífico, e não mais derramamento de sangue", disse o porta-voz de Guterres, Stephane Dujarric.
Irã reitera apoio à Síria
Na segunda-feira, o porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Esmaeil Baqaei, disse que os enviados de Teerã permaneceriam na Síria "de acordo com os desejos" de Damasco.
"Entramos na Síria há muitos anos, a convite oficial do governo sírio, quando o povo sírio enfrentou a ameaça do terrorismo", disse.
O ministro do Exterior do Irã, Abbas Araghchi, reuniu-se com o presidente Bashar al-Assad em Damasco no domingo e anunciou total apoio de Teerã ao seu governo.
"Anuncio claramente o apoio total da República Islâmica do Irã ao presidente Assad, ao governo, ao Exército e ao povo da Síria", disse Aragchchi.
O ministro iraniano chegou mais tarde à Turquia, um dos principais apoiadores dos rebeldes, onde disse que ambos os países concordam que a Síria "não deve se tornar um centro para grupos terroristas".
O ministro turco do Exterior, Hakan Fidan, ponderou que seria um erro rotular a causa da atual escalada da violência na Síria como "interferência estrangeira".
Os curdos sírios estavam fugindo em massa dos combates depois que os rebeldes apoiados pela Turquia tomaram a cidade de Tal Rifaat das autoridades curdas apoiadas pelos EUA.
sf (DW, Reuters, AP)