Moradores do Centro Histórico de Porto Alegre denunciam descaso após 26 dias sem energia
As tentativas de contato com a CEEE Equatorial, responsável pela energia, não têm sido bem-sucedidas.
Seguindo a pior enchente já registrada no estado, diversas áreas de Porto Alegre continuam sem eletricidade, com o Centro Histórico sendo um dos mais afetados. No Edifício Sul América, localizado entre a Av. Salgado Filho e a Rua dos Andradas, os moradores enfrentam mais de 25 dias de escuridão. A situação poderia ser ainda pior sem a ajuda dos vizinhos, que compartilham energia para operar as bombas de água do prédio.
A frustração cresce com a demora no retorno da energia elétrica, especialmente quando prédios adjacentes já tiveram o serviço restabelecido. "Ao lado, os prédios já estão iluminados, enquanto nós seguimos no escuro," lamenta um morador.
Apesar da consciência sobre a gravidade da situação em todo o estado, os moradores do Sul América destacam a urgência de seu caso. "Entendemos que existem casos mais críticos, mas nossa situação também é desesperadora. Desde o dia três de maio, estamos sem luz e não conseguimos realizar conservar nem nossos alimentos," explica outro morador.
As tentativas de contato com a CEEE Equatorial, responsável pela energia, não têm sido bem-sucedidas. "Ligamos várias vezes para a CEEE, conversamos com várias equipes que estão trabalhando aqui no centro, mas ninguém nos dá informações claras ou previsões de quando a energia será restaurada," desabafa um residente.
A crise não é apenas física, mas também emocional, colocando à prova a paciência e a esperança dos moradores, que clamam por soluções rápidas e transparentes para o retorno da eletricidade, preservando a dignidade de todos neste período desafiador.
"Somos o único prédio residencial da área que ainda está sem luz. Prédios comerciais, até mesmo aqueles que foram inundados, já tiveram a luz restabelecida," comenta um morador.
A situação é particularmente difícil para os idosos e pessoas com dificuldade de locomoção, que se veem sem alternativas de moradia. "É um absurdo. Há mais preocupação com as lojas do que com as pessoas. Ligamos repetidas vezes para a CEEE e nada muda. Conversamos com equipes de todo o país que vieram ajudar, mas ninguém sabe resolver nosso problema ou sequer dizer quando a energia voltará," relata outro morador frustrado.
Os habitantes do Edifício Sul América continuam à espera de uma resposta que lhes restitua a qualidade de vida e a dignidade perdida.