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Moro minimiza vaias em aeroporto: "Foram pagas"

Presidenciável classificou como "pequeniníssimo" episódio no qual foi hostilizado em sua chegada na cidade de João Pessoa, na Paraíba

9 jan 2022 - 12h56
(atualizado às 13h15)
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Sergio Moro
Sergio Moro
Foto: BRUNO ROCHA/ENQUADRAR / Estadão

O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) atribuiu as vaias que ouviu ao desembarcar em João Pessoa a "uma ou duas pessoas que provavelmente foram pagas". O ex-ministro da Justiça foi hostilizado por um pequeno grupo em sua chegada à capital da Paraíba na quinta-feira, 6. Ele visita o Estado como parte de um giro pelo Nordeste, que segue no mês que vem.

O ex-ministro afirmou na sexta, 7, que tem sido bem recebido na Paraíba. Ele já esteve em João Pessoa, na quinta, foi a Campina Grande e retornou à capital. Segundo ele, havia uma "multidão favorável". no Aeroporto Internacional Castro Pinto, durante seu desembarque, elogiando e pedindo para tirar fotos.

"Nesses tempos de internet, pega duas pessoas, que provavelmente foram pagas, e faz uma gritaria. Foi um episódio 'pequeniníssimo'", disse, hoje, em entrevista à Rádio Jornal, acrescentando que "as pessoas têm direito a ter sua opinião".

Em novembro do ano passado, ao chegar a Brasília para a filiação ao Podemos, Moro foi xingado por um grupo de manifestantes ao desembarcar no aeroporto da capital federal. Na ocasião, o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Estado de São Paulo (Sintrajud) assumiu a organização do protesto.

Durante sua passagem pelo Nordeste, o presidenciável reafirmou a intenção de implementar uma reforma do Poder Judiciário caso seja eleito. Moro confirmou que Joaquim Falcão, professor de direito constitucional e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), será o responsável pela coordenação do time de juristas chamados por ele para elaborar propostas nesse quesito. Em entrevista à rádio Correio, de João Pessoa, ele afirmou que o País sofre com uma situação de "insegurança jurídica" e defendeu a necessidade de ter um Judiciário "mais eficiente e menos custoso."

As declarações de Moro provocaram reação na classe jurídica. A presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, defendeu que qualquer mudança no Poder Judiciário deve ser conduzida por seus integrantes, não de fora para dentro.

Na entrevista, o ex-juiz criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro, em relação a agenda de combate à corrupção e a vacinação contra covid-19 e defendeu a Operação Lava Jato. "Se fosse um governo melhor, não haveria o discu?so sobre o PT, Lula e qualquer coisa. Só isso mostra que o governo é muito ruim." Além de dizer que será o candidato que vai tirar o País da polarização, ele disse que é favorável ao fim da reeleição e criará uma Frente Nacional contra a pobreza.

Moro chegou na quinta-feira em João Pessoa - ele fica na Paraíba até sábado, 9, onde participa de reuniões com empresários, cumpre agendas políticas, como a festa de aniversário do deputado federal Julian Lemos (PSL-PB), ex-bolsonarista e articulador da viagem do pré-candidato do Podemos para fechar apoios.

Reunião com empresários

Em Campina Grande, Moro se reuniu com empresários ligados à plataforma Soma. Ele se declarou favorável, por exemplo, à privatização da Petrobras e também da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). "A Voz do Brasil, rádio oficial… ninguém gosta de ouvir", disse.

Moro também é favorável ao fim da estabilidade para os servidores públicos. "Quem não trabalha, deve ser dispensado", declarou. O presidenciável foi questionado a respeito do serviço que prestou à empresa Alvarez & Marsal, nos Estados Unidos, companhia que administrou a recuperação judicial da Odebrecht. O dilema em questão é o conflito ético entre ele ter atuado contra a Odebrecht durante o período em que foi coordenador da Operação Lava-Jato e depois ter supostamente auxiliado na recuperação da mesma companhia.

Moro tratou a informação como "fake news" e disse que os fatos foram distorcidos porque seus adversários não tinham nada o que alegar contra sua conduta. Ele garantiu que foi apenas consultor da Alvarez & Marsal e que seus serviços não incluíam a construtora brasileira.

Estadão
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