Morte de Gritzbach sugere que atiradores estavam treinados e tinham informações privilegiadas
O assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach no Aeroporto Internacional de Guarulhos marcou um dos casos mais intrigantes e complexos investigados recentemente pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. O crime não apenas provocou choque devido à violência, mas também levantou questões sobre segurança, estratégias de execução e, principalmente, informações privilegiadas que podem ter facilitado a ação criminosa.
A vítima, aos 38 anos, mantinha envolvimentos controversos que, segundo os investigadores, ampliaram consideravelmente o número de indivíduos interessados em sua morte. Gritzbach era suspeito de ligações com o crime organizado e havia realizado um acordo de delação premiada com a Justiça. Tais antecedentes fazem parte do quebra-cabeça que as autoridades buscam montar para esclarecer o contexto por trás do atentado.
Por que o local escolhido para o crime surpreendeu?
Uma das maiores surpresas no caso foi a escolha do local para o atentado. O Aeroporto de Guarulhos é amplamente monitorado e protegido por diversas forças de segurança, incluindo a Polícia Civil, Federal, Militar e a Guarda Municipal. Este cenário levanta questões sobre como os criminosos conseguiram executar o plano em um ambiente tão controlado sem serem detidos ou alertados.
Os investigadores sugerem que o sucesso da operação criminal se deveu, em parte, à posse de informações privilegiadas sobre a presença e os movimentos de Gritzbach no terminal. Essa suspeita é respaldada pela precisão e profissionalismo dos executores, que exibiram habilidades avançadas em táticas de combate, indicativas de um treinamento especializado.
O objetivo do ataque parece ter sido exclusivamente a eliminação de Gritzbach, evidenciado pela atuação coordenada e certeira dos atiradores. Utilizando fuzis 7.62, armas comuns entre equipes de assalto e atiradores de elite, os criminosos demonstraram determinação e competência técnica ao avançar rapidamente em direção à vítima e neutralizar quaisquer possíveis intervenções.
A maneira metódica como o grupo conduziu a operação, conforme registrado pelas imagens de segurança, sugere que a ação foi cuidadosamente planejada. Uma testemunha ocular, um guarda municipal presente no local, descreveu a cena como intimidante, justificando sua falta de reação pela avaliação de risco da situação.
🚨 Em fevereiro deste ano, Vinícius Gritzbach, morto nesta sexta-feira pelo PCC com tiros de fuzil em pleno horário de pico no Aeroporto de Guarulhos, disse em entrevista a Roberto Cabrini que temia pela própria vida. Assista: pic.twitter.com/I7Cylzm6dw
— Jornal do X (@JornaldoX) November 9, 2024
Falhas na segurança de Gritzbach?
As falhas aparentes na proteção de Gritzbach lançaram uma sombra sobre a competência da equipe de segurança que deveria estar presente. Dos quatro policiais designados para proteger a vítima, apenas um estava próximo no momento do ataque. Dois desses policiais alegaram problemas mecânicos com o veículo utilizado, impossibilitando sua presença eficiente durante a execução do crime.
Esses fatores estão sob escrutínio intenso pelos investigadores, que examinam rigorosamente as circunstâncias que levaram àquela configuração de segurança ineficaz. A apreensão dos celulares dos policiais envolvidos representa um passo adicional na busca por evidências que possam esclarecer suas verdadeiras posições e intenções no caso.
Com o caso tido como prioritário pelo governo estadual, as investigações prosseguem com a mesma intensidade. A polícia continua buscando provas conclusivas nos relatórios periciais, especialmente em objetos abandonados pelos criminosos. Evidências biométricas, como digitais e fragmentos de DNA, são esperadas para traçar o perfil dos envolvidos e, potencialmente, iniciar uma série de prisões estratégicas.