Mortes pela polícia de SP sobem 78% em 2024; 2 de cada 3 vítimas são negras
O número de pessoas negras mortas por ações das polícias Civil e Militar de São Paulo cresceu 83% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A quantidade de brancos mortos também aumentou, mas em uma taxa inferior, de 59%.
Os dados fazem parte de um levantamento do Instituto Sou da Paz, com base nas informações oficiais divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, sob o comando de Tarcísio de Freitas (Republicanos). O estudo foi revelado à Folha.
Em resposta, a Secretaria afirmou que as abordagens feitas pelas forças de segurança seguem parâmetros técnicos e legais. "Desde a formação e ao longo de toda carreira, os policiais paulistas passam por cursos de formação e atualização que contemplam disciplinas de direitos humanos, igualdade social, diversidade de gênero, ações antirracistas, entre outras", diz a nota oficial.
Maioria dos mortos são pessoas negras
Nos primeiros oito meses de 2023, as forças de segurança em serviço mataram 441 pessoas no estado, contra 247 no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 78%. Entre as vítimas, 283 eram negras (incluindo pretos e pardos) e 138, brancas. Outras 20 pessoas tiveram sua raça ou cor não identificadas nos documentos policiais. Em 2022, esses números foram de 154 mortos negros e 87 brancos.
Com isso, quase dois terços dos mortos (64%) neste ano eram negros, enquanto a proporção de brancos foi de 31%. Para comparação, pretos e pardos compõem 41% da população de São Paulo, conforme o Censo de 2020, enquanto os brancos representam 57,8%.
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