Mortes por coronavírus chegam a quase 500 na China
O número de mortes confirmadas na China devido ao surto do novo coronavírus chegou a 490 nesta quarta-feira (05/02), depois que autoridades reportaram mais 65 falecimentos na província central de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro da doença respiratória.
A Comissão Nacional de Saúde divulgou que o número de infectados pelo vírus é de 24.324 no país. Mundialmente, a cifra de pacientes afetados pelo coronavírus é de mais de 24.500. O país mais afetado fora a China é o Japão, com 34 casos. A Alemanha tem 12 infecções confirmadas.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o número de casos suspeitos caiu para 13 nesta terça. O órgão monitora casos no Rio de Janeiro (1), em São Paulo (6), no Rio Grande do Sul (4) e em Santa Catarina (2).
A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou na terça-feira um projeto de lei enviado pelo governo de Jair Bolsonaro para colocar em quarentena brasileiros evacuados do epicentro da doença na China. O projeto define as medidas a serem adotadas para impedir que o coronavírus se espalhe pelo país.
No Japão e em Hong Kong, milhares de passageiros estão retidos a bordo de dois navios de cruzeiro em meio a relatos de infecções pelo coronavírus. O Japão confirmou que pelo menos dez pessoas no navio Diamond Princess foram infectadas com o vírus.
Os pacientes, incluindo nove passageiros e um membro da tripulação, são do Japão, de Hong Kong, da Austrália, dos Estados Unidos e das Filipinas. Eles foram hospitalizados na província de Kanagawa - cuja capital é Yokohama -, segundo o ministro japonês da Saúde. Os mais de 3 mil passageiros e tripulação deverão permanecer a bordo do Diamond Princess por mais duas semanas, disse o ministro.
Em Hong Kong, um cruzeiro com 1.800 pessoas a bordo também está sendo mantido no terminal Kai Tak depois que autoridades na China informaram a operadora de que três ex-passageiros tiveram resultados positivos para o coronavírus. O navio chegou a Hong Kong nesta quarta-feira após autoridades de Taiwan recusarem sua entrada na ilha. Autoridades disseram estar realizando testes e procedimentos de esterilização a bordo. Três tripulantes foram isolados num hospital em Hong Kong, e mais de 20 que apresentaram sintomas estavam sendo examinados, segundo uma emissora local.
Enquanto isso, Estados Unidos e Rússia evacuaram cidadãos da cidade chinesa de Wuhan. Dois voos americanos partiram de Wuhan em direção a bases aéreas na Califórnia após um voo de evacuação inicial em 29 de janeiro. Juntos, os três voos transportaram mais de 500 pessoas, segundo informações da embaixada americana. Um voo adicional deverá sair de Wuhan na quinta-feira.
Um avião russo com 80 cidadãos daquele país também saiu de Wuhan nesta quarta. O voo partiu com destino à região de Tyumen, na Sibéria ocidental, onde os pacientes serão colocados sob quarentena temporária.
Cerca de 2 mil profissionais de saúde adicionais deverão chegar à província central de Hubei até quinta-feira. Milhares de outros médicos, incluindo membros do Exército de Libertação Popular, já foram enviados à área nas últimas semanas.
Autoridades chinesas disseram que poderão precisar de hotéis, estádios e centros de treinamento em Wuhan para atender pacientes com suspeitas de infecção e casos mais brandos da doença.
A cidade vem lutando para acomodar o número crescente de pacientes nas últimas semanas. Filas com centenas de pessoas podem ser vistas em frente a hospitais. Há relatos de escassez de equipamento médico.
O governo prometeu construir dois hospitais na região em menos de duas semanas. O primeiro, com mil leitos, foi inaugurado na segunda-feira. O segundo deve abrir as portas nesta quarta.
Desde o início do surto, num mercado de frutos do mar em Wuhan, o coronavírus se espalhou por mais de 20 países e regiões, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar estado de emergência global e causando medo e revolta no mundo enquanto as infecções aumentam.
Vários países impuseram proibições de viagem, e companhias aéreas suspenderam alguns de seus voos à China. Organizadores das Olimpíadas de Tóquio, que acontecem daqui a menos de seis meses, dizem estar cada vez mais preocupados com a disseminação do vírus.
Em Hong Kong, médicos e profissionais da saúde entraram em greve pedindo o fechamento de fronteiras com a China continental. Nesta quarta-feira, Hong Kong confirmou três novos casos de coronavírus que foram transmitidos localmente, aumentando o número de infecções para 18.
O novo coronavírus se assemelha ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo durante uma epidemia ocorrida entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China.