Mourão não vê crime em tentativa de golpe: "bobagem"
"É crime escrever bobagem? Vou deixar isso para os juristas", declarou o senador gaúcho
O senador gaúcho Hamilton Mourão (Republicanos) se manifestou nesta sexta-feira (22) sobre o plano de golpe de Estado investigado pela Polícia Federal (PF), classificando-o como "sem pé nem cabeça". Em entrevista ao podcast Bom Dia, Mourão, general da reserva, afirmou que redigir documentos com teor equivocado não configura crime. "É crime escrever bobagem? Vou deixar isso para os juristas. Eu vejo crime quando você parte para a ação", declarou.
A investigação da PF ganhou destaque na última quinta-feira (21), quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas foram indiciadas sob acusação de envolvimento em um suposto esquema para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB) após as eleições de 2022. Entre os indiciados estão 25 militares, incluindo integrantes da ativa e da reserva.
Mourão minimizou o impacto do grupo acusado, argumentando que o sucesso de um golpe de Estado dependeria do apoio das Forças Armadas, o que, segundo ele, não ocorreu no Brasil. "Não houve nenhum deslocamento de tropa. Essas pessoas não tinham comando militar. É um plano que não consigo imaginar como tentativa de golpe", afirmou.
O senador também criticou os relatos sobre planos de assassinato de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes (STF). "Falam até de envenenamento. Um troço assim… absurdo", comentou, destacando a irrealidade e a falta de viabilidade de tais ideias.
Como ex-vice-presidente de Bolsonaro (2019-2022), Mourão reiterou que as forças de segurança não participaram de ações golpistas e destacou a fragilidade do plano investigado.