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Movimento 4B: mulheres da Coreia do Sul desistem de namorar e casar

O estilo de vida é praticado por mulheres jovens, entre 20 e 30 anos, que se comunicam on-line e fazem uma declaração política com suas escolhas

24 ago 2024 - 17h23
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O Movimento 4B tem ganhado notoriedade na Coreia do Sul, principalmente entre jovens mulheres, entre os 20 e 30 anos, que decidiram adotar um estilo de vida sem sexo, namoro, casamento ou filhos. Essa tendência, que começou a ser mais discutida entre 2018 e 2019, está intimamente relacionada a questões socioculturais e políticas no país, se manifestando principalmente em ambientes on-line.

Decisão impacta economia e sociedade do país
Decisão impacta economia e sociedade do país
Foto: Canva / Perfil Brasil

Não há um consenso sobre a origem exata do Movimento 4B, mas estudiosos como Suéllen Gentil, mestranda em letras e pesquisadora da Ceásia da UFPE, acreditam que suas raízes podem ser encontradas em movimentos anteriores que já questionavam o papel da mulher na sociedade sul-coreana. Entre esses movimentos, destacam-se o "Escapando do Espartilho" e o "Me Too da Ásia", que falavam sobre pressão estética e assédio sexual no continente, ambos tendo ganhado força no final dos anos 2010.

O 4B, que literalmente significa "sem sexo, sem namoro, sem casamento, sem filhos", começou a ganhar visibilidade após uma série de escândalos de assédio e abuso sexual que tomaram conta da mídia sul-coreana entre 2018 e 2019. Celebridades e figuras públicas, como o monge budista Ko Un e o político Ahn Hee-jung, foram acusados em casos que chocaram o país e estimularam discussões sobre a posição da mulher na sociedade.

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Movimento 4B impacta economia e sociedade da Coreia do Sul?

A decisão de muitas mulheres de aderirem ao 4B tem diversos impactos, inclusive na economia e na demografia do país. A Coreia do Sul já enfrenta um baixo índice de natalidade e, segundo um estudo publicado no The Sisa Times, 65% das mulheres do país não desejam ter filhos. Esse fenômeno é influenciado por vários fatores, como os altos custos de vida, longas jornadas de trabalho e a pressão sociocultural sobre as mulheres para equilibrar carreiras e vidas domésticas.

Embora o movimento 4B compartilhe algumas características com pautas feministas, não se pode afirmar que todas as adeptas do movimento se identifiquem como feministas. Essa distinção está no fato de que as mulheres que o seguem têm um conjunto de crenças específicas e veem seu estilo de vida como uma declaração política mais do que uma questão de princípios feministas.

O movimento não passou despercebido e desencadeou reações significativas na sociedade sul-coreana. Muitos homens jovens expressaram sentimentos antifeministas, e essa tensão foi explorada até mesmo em campanhas políticas, como a eleição do presidente Yoon Suk-yeol. Ele propôs a abolição do Ministério da Igualdade de Gênero, utilizando o sentimento contra o movimento para ganhar apoio.

Desde 2021, o movimento 4B tem enfrentado um período de silêncio, mas isso não significa que ele deixou de existir. Adeptas do movimento continuam seguindo os princípios de forma mais discreta, em meio a um ambiente sociopolítico que se tornou ainda mais hostil à igualdade de gênero. O presidente Yoon Suk-yeol e suas políticas antifeministas contribuíram significativamente para esse cenário, tornando a igualdade de gênero um tabu em muitas esferas públicas.

Perfil Brasil
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