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Movimentos de extrema direita crescem na Alemanha

27 out 2018 - 15h14
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Número de membros dos grupos "cidadãos do Reich" e Selbstverwalter quase dobra em dois anos, chegando a 19 mil. Movimentos negam a autoridade do atual sistema de governo e ainda reconhecem Estado governado por Hitler.O número de indivíduos tidos como membros ativos dos grupos Reichsbürger (cidadãos do Reich) e Selbstverwalter (autoadministradores, em tradução literal) quase dobrou na Alemanha, chegando a 19 mil nos últimos dois anos, afirmou o Ministério do Interior alemão nesta sexta-feira (26/10).

Bandeira de um "reino" diante de uma casa em Georgensgmünd, na Baviera
Bandeira de um "reino" diante de uma casa em Georgensgmünd, na Baviera
Foto: DW / Deutsche Welle

Desses, segundo o ministério, ao menos 950 foram classificados pelas autoridades como "extremistas de direita". A revelação foi feita numa resposta do governo alemão a um questionamento feito pela bancada do Partido Verde no Parlamento do país.

Os Reichsbürger e os Selbstverwalter não reconhecem a autoridade do atual sistema de governo alemão, nem tribunais ou autoridades estatais do país. Eles acreditam que as antigas fronteiras de 1937 do Império Alemão ainda existem legalmente e que o atual Estado alemão é um "fantoche administrativo artificial dos Aliados". Muitos apoiam ideologias de extrema direita ou antissemitas, e alguns se recusam a pagar impostos ou multas.

Em 2017, o Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV, na sigla em alemão) avaliava que existiam cerca de 16.500 integrantes desses grupos e, no ano anterior, cerca de 10 mil.

O BfV, que é a agência de inteligência doméstica alemã, atribui a grande diferença dos números entre um ano e outro à intensificação do monitoramento desses movimentos.

Entretanto, a deputada do Partido Verde Irene Mihalic alerta para o que acredita ser um aumento real da quantidade de ativistas. "O número de Reichsbürger, com seus planos de derrubada do Estado, está crescendo cada vez mais", afirmou.

Os serviços de segurança alemães aumentaram o monitoramento de grupos extremistas de direita nos últimos dois anos, após uma série de ataques violentos contra cidadãos e forças policiais.

O movimento dos "cidadãos do Reich" ganhou destaque depois que um membro do grupo foi morto a tiros por um policial na Baviera em outubro de 2016.

Poucos meses depois, um militante dos Reichsbürger na cidade de Trier disparou um rifle de ar comprimido numa praça pública e ameaçou diversos passantes.

Desde então, vários policiais foram feridos em operações policiais contra membros desse grupos. Mais recentemente, vários integrantes dos "cidadãos do Reich" entraram em confronto com a polícia após um protesto que terminou em tumulto em Erlenbach, no estado de Baden-Württemberg.

Dados oficiais do governo alemão revelaram que, em 2018, direitistas foram responsáveis por quase 12 mil crimes com motivação política na Alemanha, entre os 19.508 registrados até 15 de outubro. No mesmo período, eles cometeram ainda a maioria esmagadora de delitos de fundo antissemita (910 de 1.015) e anti-islâmico (463 de 500).

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