MP pede que sejam investigados agressores de atirador bolsonarista
Policial penal bolsonarista Jorge Guaranho assassinou o petista Marcelo de Arruda; ele foi agredido por conhecidos da vítima após crime
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirmou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 11, que pediu que seja instaurado inquérito para investigar também os homens que aparecem agredindo o bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, que assassinou a tiros o petista Marcelo de Arruda.
Guaranho, que é policial penal, está internado em estado grave, sedado e intubado na enfermaria do hospital Municipal de Foz do Iguaçu. Ele sofreu traumatismo craniano, provocado pelas agressões sofridas na cabeça, e ferimentos causados por três disparos de arma de fogo. A Justiça já decretou a prisão preventiva dele.
Imagens de câmeras de monitoramento mostram o bolsonarista sendo agredido por alguns homens após ele atirar contra Marcelo e a vítima cair no chão. Segundo o promotor Tiago Lisboa Mendonça, o órgão ainda irá avaliar qual papel que essas agressões tiveram nos ferimentos do homem, já que ele também foi baleado.
"Eu me manifestei no sentido para que seja instaurado um inquérito policial a parte para apurar essas agressões sofridas pelo autor do fato", diz o promotor. De acordo com ele, o laudo médico que vai indicar se as lesões na cabeça do autor dos disparos foram decorrentes do disparo de arma de fogo que ele também sofreu ou decorrentes dos chutes. "A arma utilizada pelo autor do fato era a institucional", informou.
O promotor também relatou que será investigado qual o motivo do policial penal estar no local do crime e se ele já sabia preliminarmente que ali estava sendo realizada a festa com temática do PT. "Ele deveria ter agido de forma que essa paixão [política] não o levasse a cometer uma barbaridade dessa".
Segundo ele, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) acompanhará de perto toda investigação realizada pela Polícia Civil.
Secretaria de Segurança Pública
Por meio de nota enviada ao Terra, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (SESP) informa que, no início da noite de domingo, 10, foi formada uma força-tarefa para a condução das investigações do homicídio do guarda municipal Marcelo Arruda.
Segundo a SESP, a delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), presidirá o inquérito policial e já está em Foz do Iguaçu desde a manhã desta segunda-feira.
Uma equipe de investigadores da DHPP vinda de Curitiba reforça os trabalhos para garantir celeridade na apuração dos fatos.
A SESP reforça que a Polícia Civil do Paraná conta com apoio da Polícia Científica para finalização das perícias necessárias para total elucidação do ocorrido. Segundo a Secretaria, a delegada Iane Cardoso continua fazendo parte da equipe de investigação. O que houve é um reforço com a criação de força tarefa coordenada pela delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Defensoria Pública
Em nota, a Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) lamenta profundamente o assassinato do guarda municipal. Em contato com os familiares da vítima, a Defensora Pública-Geral em exercício prestou solidariedade e colocou a instituição à disposição da família.
A DPE-PR, "cumprindo sua missão de defesa do regime democrático e promoção dos direitos humanos, alerta sobre a gravidade da violência política praticada, e a necessidade de se garantir um clima pacífico durante as manifestações políticas individuais ou coletivas".
De acordo com a Defensoria Pública, a proximidade das eleições nacionais reforça a necessidade de que todas as instituições se mantenham vigilantes na defesa dos preceitos democráticos.
"Entendemos que é essencial a discussão a respeito da tolerância política e da defesa incondicional da democracia brasileira, uma das missões constitucionais de nossa instituição", destacou o órgão.