5 momentos polêmicos na carreira de George Michael
A carreira de George Michael foi marcada por um enorme sucesso de vendas, muitos aplausos, mas também por escândalos.
A beleza física e a qualidade vocal transformaram o cantor em um dos favoritos do público desde que ele se dedicou à carreira solo, deixando para trás a identidade de ídolo adolescente da dupla Wham!, de 1981.
Mas houve um momento em que a luta contra as drogas e passagens pela polícia ameaçaram sua trajetória musical.
Com a fama também veio a depressão, contra a qual o cantor, que faleceu no domingo aos 53 anos, lutou durante anos.
Em uma entrevista nos arquivos da BBC, o astro disse que agradecia por "fazer parte da vida das pessoas como artista".
Mas também admitiu que não era capaz de suportar o sucesso.
"Meu Deus, quem dera pudesse suportá-lo. Eu queria ter nascido com uma armadura, mas não é assim", disse.
Acompanhe cinco momentos polêmicos da vida e da carreira artística de George Michael.
1. Batalha legal com a gravadora Sony
Ao mesmo tempo em que batia recordes de vendas com seu álbum solo Faith, George Michael empreendia uma batalha jurídica contra a gravadora Sony. E acabou perdendo essa briga.
O artista recorreu à Justiça alegando que o contrato que assinara em 1988 era injusto, de acordo com as leis britânicas e da União Europeia, porque o mantinha preso à gravadora por 15 anos.
Essa cláusula faria com que ele perdesse o controle da divulgação da sua música, disse o cantor num tribunal de Londres.
Michael argumentou também que os executivos da Sony queriam, contra a sua vontade, continuar promovendo sua imagem de símbolo sexual adolescente dos tempos da dupla Wham!, segundo informou o jornal The New York Times , em 1994.
Apesar de perder essa batalha judicial, George Michael conseguiu deixar a Sony depois que a Virgin comprou seu contrato.
No entanto, em 2003 retornou à Sony.
2. A polêmica de 'I Want Your Sex'
O primeiro título do álbum Faith (1987) era, na verdade, I Want Your Sex (Quero seu sexo, em inglês).
O título da canção, sobre um homem tentando convencer uma mulher a ter relações sexuais, causou controvérsia principalmente nas rádios dos Estados Unidos.
Muitas estações se recusaram a tocar a música, enquanto outras mudaram a palavra sexo por amor e editaram uma nova versão da música.
Ainda assim, a canção foi a número 1 nas paradas de sucesso da Inglaterra e dos EUA.
3. O incidente no banheiro público
Em abril de 1998, Michael foi preso em um banheiro público de Beverly Hills, na Califórnia, por um policial disfarçado e acusado de participar de "ato lascivo".
O incidente ganhou manchetes em tabloides sensacionalistas em todo o mundo.
O cantor foi multado e condenado a 80 horas de serviço comunitário.
Apesar de ter dito abertamente que era bissexual, Michael declarou à revista Advocate que tinha uma relação com um homem, o empresário Kenny Goss, de quem se separou em 2009, após 13 anos de união.
Além disso, compôs Outside, cujo videocliple mostra um banheiro público decorado como uma discoteca e com modelos vestindo uniformes de polícia.
4. Posse de drogas
Em outubro de 2006, Michael se declarou culpado de dirigir sob a influência de drogas e, dois anos depois, foi acusado de ter em seu poder drogas, entre elas crack.
Em uma entrevista de 2009 ao jornal britânico The Guardian, o cantor admitiu ter consumido crack naquela ocasião e negou que usasse a droga com frequência.
No entanto, admitiu que chegava a fumar até 25 cigarros de maconha por dia e que havia reduzido o consumo para "uns sete ou oito por dia, provavelmente".
Em setembro de 2010, passou quatro semanas na prisão depois de perder o controle da sua caminhonete e invadir uma loja de Londres. Ele estava dirigindo sob a influência de drogas.
Ao sair da cadeia, admitiu que estava envergonhado por desrespeitar a lei e disse que estava fazendo um tratamento para se livrar do vício.
5. A música de protesto contra Blair e Bush
Michael compôs Shoot the Dog (Atire no Cachorro, em inglês), canção em que critica a relação entre o então primeiro-ministro britânico Tony Blair e o então presidente americano George W. Bush.
O videoclipe, uma sátira feita com desenhos animados divulgada em 2002 - pouco antes da invasão do Iraque -, mostrava Bush como um comandante supremo das Forças Armadas dos EUA que não entendia nada sobre conflitos internacionais.
Tony Blair aparece em seguida como o cachorrinho de Bush no jardim da Casa Branca.
O videoclipe causou revolta e muitos acusaram o cantor de "antiamericano".
Michael disse em uma entrevista que "temia viajar para os EUA" por causa dos ataques que recebera e negou ser contra o governo americano.