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5 técnicas de reality show que ajudam Trump em sua campanha

28 mai 2016 - 18h33
(atualizado às 20h10)
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Será que todos esses anos em que passou dizendo "you're fired" ("você está demitido") em um reality show podem ajudar Donald Trump a conseguir um emprego - o de presidente dos Estados Unidos?

O ex-governador da Flórida Jeb Bush, rival de Trump no início da disputa republicana, disse que o bilionário contava com seus programas para divulgar sua campanha.

Bush pode ter um ponto. Afinal, Trump participa há décadas de realities e comanda há 14 temporadas o seu próprio programa do tipo, The Apprentice (O Aprendiz, na versão brasileira).

Buscar conflitos o tempo todo está entre as estratégias inspiradas em reality shows
Buscar conflitos o tempo todo está entre as estratégias inspiradas em reality shows
Foto: Divulgação

Confira quais técnicas usadas em programas de TV podem ter se infiltrado na campanha do magnata.

1. Chame um convidado imprevisível

Aconteceu na TV: No reality "The Real Housewives", festas são vistas como um campo de batalha em que as milionárias americanas mostram o seu melhor e o seu pior lado.

Elas muitas vezes usam a presença de um convidado inesperado para tirar a rival do jogo. Em um dos episódios da versão da série que se passa em Beverly Hills, uma das mulheres convida um médium para uma festa.

"Seu marido jamais vai completá-la emocionalmente falando. Jamais", diz o médium para a rival da anfitriã.

Aconteceu na campanha: Em um determinado momento da corrida republicana, antes das primárias de Iowa, Trump precisava dar uma movimentada em sua campanha para roubar a atenção então dada a seus rivais Bem Carson e Ted Cruz.

Foi então que ele chamou para um comício a ex-candidata à vice-presidência Sarah Palin. Ela apoiou o bilionário com um discurso classificado como surpreendente e misterioso.

"Eles não queriam falar desses assuntos, mas ele o trouxe para mesa de discussões. Na verdade, eles vêm usando esse, digamos, politicamente correto como uma espécie de colete suicida", disse a ex-governadora do Alasca, entre outras frases que pareceram surpreender o próprio Trump. Durante todo aquele dia, ela (e ele) viraram o centro do noticiário - nenhuma palavra foi dita sobre os rivais republicanos.

Reality "The Real Housewives of Beverly Hills" é exemplo de como um convidado inesperado pode virar o jogo
Reality "The Real Housewives of Beverly Hills" é exemplo de como um convidado inesperado pode virar o jogo
Foto: Divulgação

2. Faça alianças (temporárias)

Aconteceu na TV: O programa Survivor, que estourou na TV americana em 2000, não virou um sucesso apenas pelos desafios, mas também pela política. O vencedor dessa edição, Richard Hatch, fez um pacto com três outros participantes (os mais em forma) para que ele se mantivesse no jogo - mas depois os traiu.

Aconteceu na campanha: Apesar de depois a relação entre eles ter azedado, Trump e Cruz curtiram, durante alguns meses de 2015, o que muitos chamaram de "bromance" (uma mistura das palavras brother e romance, algo como uma forte amizade entre dois homens).

Ambos fizeram comícios criticando políticas externas de Obama. "Eu gosto de Donald Trump. Ele é forte e audacioso. Não estou interessado na violência de republicanos contra republicanos", disse Cruz.

O senador pelo Texas inclusive ajudou Trump a derrubar alguns dos pré-candidatos republicanos, apenas para mais tarde se ver sendo mais uma vítima da violência de republicanos contra republicanos.

3. Facadas pelas costas

Aconteceu na TV: Em vários realities, tais como Project Runway, Top Chef ou America Next Top Model, não é raro ver um dos competidores investindo contra um rival mais fraco para sobreviver à competição.

Visto na campanha: Assim como fez com Cruz, Trump começou como amigo do também pré-candidato Ben Carson, um simpático neurocirurgião. Mas Trump mudou seu tom quando Carson começou a chegar perto dele nas pesquisas. O bilionário então o comparou com um molestador de crianças.

4. Não tenha medo de falar a verdade 'nunca e crua'

Aconteceu na TV: No programa pioneiro entre os reality shows, The Real World, havia uma sala em que os participantes podiam olhar diretamente para as câmeras e falar como eles estavam se sentindo para valer. Essa cara de "bastidores" do programa ajudava - e ainda ajuda - a dar uma impressão de realidade "nua e crua".

Visto na campanha: Enquanto outros candidatos falam para a multidão, a prioridade de Trump é olhar para as câmeras - e ele não tem medo de falar nada quando está diante delas. Ele também fala abertamente sobre o processo político, sobre as pesquisas, sobre os repórteres e sobre as estratégias de seus rivais. Informações que antes eram debatidas apenas em blogs políticos.

5. Conflito, conflito e mais conflito

Aconteceu na TV: Não é segredo para ninguém: um bom reality show precisa de muito drama. E quando mais drama, mais tempo na TV você ganha. Muitos participantes desses programas se salvaram da eliminação justamente por seu potencial de provocar confusões.

Aconteceu na campanha: Agora que Trump derrotou seus rivais republicanos, você poderia imaginar que ele tiraria uma folga antes de jogar tudo contra Hillary Clinton, a provável candidata democrata. Mas ele não deu trégua.

Nos últimos dias, Trump entrou em conflito com o jornal The New York Times, com a senadora Elizabeth Warren, com a rede de TV CNN, com o premiê britânico David Cameron e com o prefeito recém-eleito de Londres, Sadiq Khan, apenas para nomear alguns dos conflitos mais recentes.

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