A angústia de familiares de reféns com avanço militar de Israel em Gaza
Familiares estão preocupados com os bombardeios de Israel aos túneis do Hamas, onde acredita-se que eles estejam mantendo os reféns
Familiares de reféns levados de Israel pelo Hamas estão demonstrando preocupação com o avanço militar israelense em Gaza.
O Fórum de Famílias Desaparecidas disse que a noite em que as tropas se deslocaram para o norte de Gaza foi "a pior noite" até agora.
Eles queixaram-se do impacto de uma operação terrestre no bem-estar dos cerca de 200 reféns ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se encontrou com as famílias no sábado (28/10).
Netanyahu prometeu fazer todo o possível para trazê-los de volta para casa e disse que a recuperação dos reféns era parte central dos objetivos militares.
Após a reunião de Netanyahu com as famílias, o Hamas disse que Israel teria de libertar todos os prisioneiros palestinos para garantir a liberdade dos reféns.
Netanyahu disse que a ideia de um acordo de troca envolvendo reféns por prisioneiros foi discutida no gabinete de guerra israelense, mas se recusou a dar detalhes.
Os reféns foram feitos por homens armados do Hamas durante um ataque sem precedentes no sul de Israel, em 7 de Outubro, no qual 1.400 pessoas foram mortas.
As pessoas que estão em cativeiro em Gaza incluem dezenas de crianças e idosos, bem como militares. Pelo menos 135 são estrangeiros ou com dupla nacionalidade, incluindo 54 tailandeses, 15 argentinos e dois britânicos, segundo o governo israelense.
O Hamas - que é considerado grupo terrorista por Israel, Reino Unido e outras potências - libertou até agora quatro reféns após mediação do Qatar e do Egito.
Duas idosas israelenses foram libertadas na segunda-feira e uma americana e a sua filha foram libertadas em 20 de Outubro.
Antes da operação terrestre de sexta-feira à noite havia especulações de que as negociações mediadas pelo Qatar sobre outro acordo de libertação estavam indo bem.
Mas o porta-voz militar israelense Daniel Hagari disse no sábado que havia "um desejo deliberado do Hamas, de fazer exploração cínica, terrorismo psicológico e influenciar a nossa população que se encontra numa situação tão sensível".
"O mais importante é que quando tivermos as informações, iremos fornecê-las", acrescentou. "Retornar os reféns para casa é um esforço nacional supremo. E todas as nossas atividades, operacionais e de inteligência, visam atingir esse objetivo."
A refém libertada Yocheved Lifschitz, uma idosa de 85 anos que foi sequestrada com o marido Oded no kibutz Nir Oz, disse a repórteres em Tel Aviv na terça-feira que ela "passou por um inferno".
Ela descreveu ter sido atingida por paus na viagem para Gaza e ser levada para uma enorme rede de túneis subterrâneos que "pareciam uma teia de aranha".
Lifschitz afirmou também que a maioria dos reféns estava sendo "bem tratada".
Na quinta-feira, o porta-voz do braço militar do Hamas Abu Ubaida disse que cerca de 50 reféns foram mortos em ataques aéreos israelenses em Gaza.
Ele não forneceu provas e foi impossível para a BBC verificar a afirmação.
Mas os militares israelitas anunciaram que têm bombardeado os túneis do Hamas, então existe a possibilidade dos reféns terem sido atingidos.