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A comparação entre Rússia e EUA feita por Trump que enfureceu o Partido Republicano

6 fev 2017 - 11h32
(atualizado às 11h57)
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Trump defende Putin e diz querer ajuda da Rússia na luta contra o 'terrorismo islâmico'.
Trump defende Putin e diz querer ajuda da Rússia na luta contra o 'terrorismo islâmico'.
Foto: Reuters

O presidente Donald Trump foi alvo de críticas do próprio partido, o Republicano, ao comparar os Estados Unidos com a Rússia em entrevista na TV divulgada no domingo, antes da final da Liga de Futebol Americano.

Quando questionado sobres alegações de assassinatos cometidos pelo Estado russo, Trump respondeu que o governo americano faz o mesmo. "Há muitos assassinos. Temos alguns. O que você acha? Nosso país é tão inocente?".

O apresentador da rede de TV Fox Bill O'Reilly tinha perguntado por que admirava Putin apesar de o líder russo "ser um assassino".

Putin e o governo russo são acusados por serviços de inteligência ocidentais de estarem por trás das execuções de ativistas opositores - como o ex-espião russo Alexander Litvinenko, envenado em Londres em novembro de 2006.

O presidente americano disse ainda em entrevista à rede Fox que respeita Putin e que prefere seguir relações de forma amigável com o líder russo, que vê como importante aliado na luta contra o "terrorismo islâmico".

Mas logo após a entrevista, começaram a pipocar críticas. O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse rejeitar qualquer comparação entre os dois países e fez referência à anexação da Crimeia pela Rússia, suas ações militares na Ucrânia e a suposta interferência russa na eleição presidencial dos Estados Unidos.

"Não há nenhuma equivalência na maneira como os russos se comportam e a dos Estados Unidos. Não vou criticar todas as declarações do presidente, mas eu acredito que os Estados Unidos são diferentes, são excepcionais", disse McConnell em entrevista à CNN.

Trump em entrevista ao apresentador da Fox News, Bill Reilly neste final de semana
Trump em entrevista ao apresentador da Fox News, Bill Reilly neste final de semana
Foto: Reprodução

O senador republicano Ben Sasse, do Estado de Nebraska, também rebateu Trump. "Vamos ser claros: os Estados Unidos cometeram erros? É claro. Mas os Estados Unidos garantem liberdade de expressão, Putin não", disse à rede ABC.

Marco Rubio, senador republicano pelo Estado da Flórida, também fez críticas pelo Twitter: "Quando é que ativistas políticos democratas foram envenenados pelo Partido Republicano e vice-versa?", perguntou, fazendo referência à conclusão de um inquérito público na Grã-Bretanha de que o ex-espião russo Alexander Litvinenko teria sido morto em Londres a mando do governo russo, com conhecimento do presidente Valdimir Putin. "Nós não somos o mesmo que Putin", acrescentou Rubio.

Na entrevista à Fox, Trump afirmou que respeita Putin e que vê a Rússia como país aliado no combate ao terrorismo. "Eu digo que é melhor ter uma boa relação com a Rússia do que não ter. E se a Rússia nos ajuda na luta contra o Estado Islâmico e o terrorismo islâmico em todo o mundo - isso é uma coisa boa", disse.

Segundo assessores, os dois presidentes falaram ao telefone no último sábado (4) e combinaram de manter "contato pessoal regular", mas até agora não foi definida uma data para uma eventual reunião.

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