A corrida contra o tempo para encontrar sobreviventes em terremoto que matou dezenas no Japão
Cerca de mil equipes de resgate procuram pessoas que podem estar vivas debaixo de casas e prédios que desmoronaram.
Pelo menos 48 pessoas morreram após o forte terremoto no Japão na segunda-feira (1/1), que causou o desabamento de casas e desencadeou alertas de tsunami.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse que os abalos sísmicos deixaram inúmeras vítimas e que há uma "corrida contra o tempo" para resgatar os sobreviventes que estão sob os escombros.
Cerca de mil equipes de resgate procuram pessoas que podem estar vivas debaixo de casas e prédios que desmoronaram.
Os militares japoneses distribuem suprimentos, incluindo alimentos, água e cobertores para aqueles que tiveram que sair de casa.
Todos os alertas de tsunami acionados durante a segunda-feira ao longo do Mar do Japão foram suspensos, o que significa que não há mais risco de eles acontecerem.
Mais terremotos
Yoshimasa Hayashi, secretário-chefe de gabinete do Japão, disse que o primeiro-ministro Fumio Kishida instruiu o governo a "colocar vidas em primeiro lugar" e a "compreender a situação" da devastação causada pelo terremoto.
"Ao povo do Japão, por favor, estejam alertas, pois podem ocorrer terremotos durante cerca de uma semana, em uma escala de intensidade de até 7", reforçou ele.
"Para as pessoas que vivem em áreas onde o abalo foi mais forte, por favor, procurem informações sobre evacuação por meio dos escritórios locais, na TV, na rádio e na internet e tomem as medidas adequadas."
Hayashi calcula que há 120 "casos de pessoas" que aguardam para serem resgatadas e aponta que 57.360 indivíduos precisaram ser retirados de suas casas.
Primeiros alertas após terremoto
Na manhã de segunda-feira (1/1), autoridades japonesas pediram aos moradores que "deixassem imediatamente" certas regiões depois que um terremoto de magnitude 7.6 atingiu a área central do país.
Um alerta elevado de tsunami foi emitido para a área costeira de Noto, em Ishikawa, com possibilidade de ondas de até 5 metros.
Algumas horas depois, o nível de alerta para tsunamis foi rebaixado para toda a região, com possibilidade de ondas de até 3 metros.
Na terça-feira, o risco de tsunami foi descartado.
A NHK, a televisão pública japonesa, exibiu durante os programas matutinos de segunda a palavra "EVACUAR" em letras grandes, pedindo aos moradores que se abrigassem em locais mais elevados, apesar do frio.
Um apresentador da NHK pediu aos telespectadores que vivem em regiões afetadas: "Sabemos que sua casa e seus pertences são preciosos para vocês, mas suas vidas estão acima de tudo. Corram para o lugar mais alto possível."
As pessoas também postaram vídeos de casas e trens do metrô tremendo durante o terremoto que ocorreu nesta segunda-feira (1/1).
O tremor mais forte ocorreu às 16h10 hora loca (04h10 de Brasília) de segunda-feira, com magnitude de 7.6.
Na sequência, uma sucessão de mais de 60 terremotos, alguns com magnitude acima de 4.0, atingiu o centro do país, segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA).
As autoridades apontam que novos terremotos podem ocorrer pelos próximos dias.
Essa foi a primeira vez que um "grande alerta de tsunami" foi emitido desde 2011, quando um poderoso terremoto atingiu o nordeste do Japão e desencadeou ondas de até 40 metros de altura.
Histórico de terremotos
O Japão é uma das nações com mais atividade sísmica do planeta, devido à localização do país no chamado Anel de Fogo do Pacífico, onde muitas placas tectônicas se encontram.
A ameaça constante de terremotos levou o Japão a desenvolver um dos sistemas de alerta de tsunamis mais sofisticados do mundo.
A autoridade nuclear do Japão assegurou que "não há risco de vazamento de radioatividade das usinas nucleares" nas áreas afetadas pelos terremotos e pelo tsunami.
Em 2011, por exemplo, o Japão foi atingido por um terremoto de magnitude 9.0.
Na sequência, um tsunami devastou as comunidades costeiras do nordeste do país e matou quase 18 mil pessoas.
À época, dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas.
As ondas de tsunami de 2011 provocaram um colapso na central elétrica de Fukushima, o que causou o acidente nuclear mais grave no mundo desde Chernobil, em 1986.
A magnitude do terremoto de 7,6 de segunda-feira é a maior já observada na Península de Noto, desde que os registros começaram em 1885, segundo a Agência Meteorológica do Japão.