'A esperança somos nós', diz Greta em protesto em Milão
Jovens ativistas marcharam em ato pelo clima e contra pré-COP
As ativistas Greta Thunberg, da Suécia, e Vanessa Nakate, de Uganda, lideraram nesta sexta-feira (1º) um protesto contra a crise climática em Milão, cidade da Itália que recebe uma reunião preparatória para a COP26 até 2 de outubro.
A manifestação faz parte da onda de greves estudantis iniciada por Greta em 2018, sempre às sextas-feiras, para cobrar ações efetivas dos governos em defesa do clima.
Muitos dos ativistas presentes no ato participaram da Youth4Climate, conferência de jovens organizada pelo governo italiano entre 28 e 30 de setembro, também em Milão, para formular propostas para a pré-COP.
A passeata desta sexta começou no Castello Sforzesco, atravessou a Piazza Affari, sede da Bolsa de Valores de Milão, e depois seguiu em direção ao centro de conferências que recebe a reunião ministerial preparatória para a COP26.
"Os ministros do mundo reunidos aqui em Milão acreditam que têm a solução para o planeta com seu blá-blá-blá, mas nós estamos cansados disso. A esperança somos nós", declarou Greta, repetindo um termo - "blá-blá-blá" - que ela já havia usado em seu discurso na abertura da Youth4Climate.
"A crise climática vai apenas piorar, e quanto mais esperarmos, pior será para o planeta. Não há esperança no blá-blá-blá dos políticos com suas mentiras, somos nós que queremos mudar as coisas", acrescentou a ativista sueca.
Já Nakate disse que os ativistas continuarão se manifestando para "dar voz a quem não tem". "Quanto mais falarmos, mais fortes ficaremos. Se continuarmos machucando o planeta, a situação na África se tornará cada vez pior", alertou a ugandense.
Além de slogans em defesa da justiça climática e contra a inação dos governos, os manifestantes entoaram "Bella ciao", célebre canção antifascista italiana.
Também houve coros contra o ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani, que disse recentemente que os "ambientalistas radicais chics e ideológicos são piores que a catástrofe climática". "Quem não pula é o Cingolani", cantaram os manifestantes, usando um coro típico dos estádios de futebol no país.
Segundo o movimento Fridays for Future (Sextas-Feiras pelo Futuro) na Itália, o protesto reuniu cerca de 50 mil pessoas, mas a polícia de Milão fala em 7 mil participantes.