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A exemplo de Bolsonaro, Maduro defende uso da cloroquina

Em postagem no Twitter, líder chavista parabenizou profissionais da saúde que 'trabalham com amor para proteger a saúde da população'

15 mai 2020 - 16h10
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, parabenizou pelo Twitter os funcionários das áreas científica e de saúde da Venezuela por proteger a saúde do povo e avançar na produção da cloroquina difosfato, medicamento que, segundo o chefe de Estado, seu país utilizará no tratamento da covid-19. A decisão de Maduro vai contra recentes estudos científicos que questionam a eficácia da cloroquina para o tratamento da covid-19 e apontam para efeitos colaterais.

Maduro participa de reunião no Palácio Miraflores, em Caracas
 4/5/2020Miraflores Palace/via REUTERS
Maduro participa de reunião no Palácio Miraflores, em Caracas 4/5/2020Miraflores Palace/via REUTERS
Foto: Reuters

Ainda ontem, a Academia de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais da Venezuela entrou em confronto com o chavismo ao publicar um relatório científico sobre os casos de covid-19 no país, que põe em dúvida os números oficiais publicados até agora. A reação do governo veio em tom de ameaça.

"Li este artigo e li as referências, isto é um convite para que os órgãos de segurança do Estado convoquem estas pessoas. Estão causando alarme", disse o número 2 do chavismo, Diosdado Cabello, durante seu programa semanal.

Cabello, que também é presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, colocou em dúvida o documento da academia, que também alerta para um possível cenário de emergência sanitária, com um pico de até 4 mil novos casos por dia de contágio de coronavírus em junho.

Segundo o relatório, a Venezuela tem um subregistro de casos sintomáticos que "no melhor dos casos poderia ser de 65% e no pior, de 95%" até 23 de abril.

"Os testes realizados até agora na Venezuela são insuficientes para estimar de forma adequada o tamanho real desta epidemia", destacou o estudo, que estimou em 5.969 as testagens realizadas no país - números que atribui ao Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários -, cerca de 213 por milhão de habitantes.

Estadão
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