A nova cartada da Malásia para tentar resolver mistério sobre voo MH370, desaparecido há 4 anos
A empresa Ocean Infinity vai realizar buscas em uma área diferente e bem menor - e só receberá pagamento se for bem-sucedida.
O governo da Malásia fechou um acordo com uma empresa norte-americana para tentar solucionar um dos grandes mistérios da história da aviação.
A Ocean Infinity, companhia de exploração subaquática, vai retomar as buscas ao avião da Malaysia Airlines, desaparecido há quase quatro anos.
A empresa tem um prazo de 90 dias para realizar as buscas e só receberá pagamento se encontrar a aeronave.
O avião que fazia o voo MH370 - de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China - desapareceu em 8 de março de 2014, com 239 pessoas a bordo.
A operação de buscas foi suspensa em janeiro do ano passado, após 1.046 dias, gerando protestos de familiares de tripulantes e passageiros da aeronave.
Por que a nova operação de busca é diferente?
A Ocean Infinity alugou um navio de pesquisa norueguês para realizar a missão. A embarcação possui vários submarinos autônomos, o que deixaria a operação mais ágil do que a anterior.
Além disso, as buscas serão conduzidas em uma área bem menor, mapeada pela Secretaria de Segurança dos Transportes australiana. A área de 25 mil quilômetros quadrados está localizada ao norte da zona explorada anteriormente, no sul do Oceano Índico.
O contrato firmado com a Ocean Infinity é baseado no princípio do "no cure no pay" ("se não salvar, não recebe", em tradução livre), adotado há séculos na indústria de recuperação de cargas valiosas naufragadas.
Esse tipo de acordo prevê que a empresa arque com o custo das buscas (não revelado) e só seja remunerada se concluir com sucesso a missão.
Se a aeronave for encontrada nos primeiros 5 mil quilômetros quadrados da área de busca, a companhia receberá £ 15 milhões (R$ 65,6 milhões). O montante aumenta gradualmente de acordo com o perímetro, podendo chegar a até £ 52 milhões (R$ 227,5 milhões).
Como o voo MH370 desapareceu?
O avião da Malaysia Airlines decolou de Kuala Lumpur e, de acordo com a rota estabelecida, deveria ter seguido para nordeste, passando por Camboja e Vietnã, até chegar à China.
Mas, algumas horas depois após a decolagem, a aeronave parou de se comunicar com a torre de controle e, segundo as poucas informações existentes, teria desviado para oeste e começado a voar em direção ao sul.
Os dados de rastreamento divulgados pelas autoridades da Malásia parecem confirmar que o avião caiu no Oceano Índico, no sudoeste da Austrália.
O que foi encontrado até agora?
A operação para encontrar o voo MH370 - que contou com esforços da Austrália, Malásia e China - é considerada uma das maiores buscas na superfície e subaquática da história da aviação.
Até ser suspensa em janeiro de 2017, a operação tinha vasculhado 120 mil quilômetros quadrados, com um custo estimado de cerca de £ 120 milhões (R$ 525 milhões).
Embora a exploração não tenha encontrado nada, destroços do avião, levados pelas ondas, foram achados em ilhas do Oceano Índico e na costa africana.
Por que a busca foi cancelada?
A busca, liderada pela Austrália, estava programada para terminar em janeiro de 2017.
Na ocasião, drones submarinos e sonares operados por navios especializados passaram um pente fino no Oceano Índico, mas acabaram não encontrando nada.
Mas novas análises da provável trajetória de voo sugerem que o avião pode ter caído ao norte da área onde as operações de busca anteriores foram realizadas.
O ministro do Transporte da Malásia, Liow Tiong Lai, disse que "há 85% de chance de encontrar os destroços nas novas áreas".
E ressaltou que a missão da nova busca é encontrar os destroços e caixa-pretas do avião.
Segundo ele, o país tem um "compromisso sólido com a solução do mistério do MH370".
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