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A primeira-dama da Ucrânia em rara entrevista: 'Nem a guerra tira meu marido de mim'

Olena Zelenska contou que passou mais de dois meses sem poder ver o marido por conta da guerra, que segue no leste ucraniano sem um fim claro no horizonte.

22 mai 2022 - 15h15
(atualizado às 15h26)
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Olena Zelenska ao lado do marido Volodymyr Zelensky, em foto de 17 de maio; ela disse que ficou dois meses e meio sem poder vê-lo quando a guerra começou
Olena Zelenska ao lado do marido Volodymyr Zelensky, em foto de 17 de maio; ela disse que ficou dois meses e meio sem poder vê-lo quando a guerra começou
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, deu uma rara entrevista à imprensa do país e apareceu ao lado do marido, o presidente Volodymyr Zelensky, apenas pela segunda vez desde o início da guerra, em fevereiro - ela tem permanecido em locais secretos por motivo de segurança.

"Nossa família foi despedaçada, assim como todas as famílias ucranianas", afirmou na entrevista.

A repórter ucraniana então perguntou: "A guerra essencialmente tirou seu marido de você".

"Ninguém tira meu marido de mim, nem mesmo a guerra", Zelenska respondeu.

"Mas sim, ele vive para seu trabalho, e nós (família) quase não o vemos. Não o vimos durante dois meses e meio (da duração da guerra). Só falamos por telefone um com o outro. Agora estamos tendo algumas ocasiões para nos ver. E sou grata por esta ocasião (entrevista), que nos permite passar um tempo juntos".

"Um encontro romântico na TV", afirmou a entrevistadora. "Sim, um encontro na TV. Obrigada", respondeu a primeira-dama, que tem dois filhos com Zelensky - uma menina chamada Oleksandra e um menino chamado Kyrylo.

Sobre o primeiro dia da ação militar russa, em 24 de fevereiro, Zelenska afirmou que "acordou com sons estranhos lá de fora, como provavelmente todo mundo".

"Estava escuro, e vi que Volodymyr (Zelensky) não estava (deitado) do meu lado. Ele já estava vestido, de terno, mas sem gravata. Perguntei a ele o que estava acontecendo, e ele disse: 'Começou'. Não consigo descrever as emoções - ansiedade, estupor... Ele me falou isso e saiu. Depois disso, não nos vimos por um bom tempo."

Ao lado de Zelenska, o presidente ucraniano afirmou que o fim da guerra da Ucrânia depende da diplomacia.

"Estou muito convencido disso. Há coisas que não podemos encerrar sem sentar em uma mesa de negociações. (...) Porque nós queremos tudo de volta, e a Rússia não quer dar nada de volta", afirmou Zelensky.

A guerra da Ucrânia está perto de completar três meses sem um fim claro no horizonte.

Neste fim de semana, o principal negociador ucraniano, Mykhailo Podolyak, descartou qualquer possibilidade de um cessar-fogo com concessões territoriais por parte da Ucrânia. Ele alega que isso permitiria a permanência de tropas russas nesses locais e facilitaria eventuais ataques futuros.

Após capturar a cidade portuária de Mariupol, as tropas russas seguem atacando a região de Donbas, no leste da Ucrânia. Acredita-se que estejam se preparando para tentar tomar as cidades de Slovyansk e Severodonetsk.

Neste domingo, Volodymyr Zelensky estendeu a lei marcial na Ucrânia por mais três meses, até 23 de agosto. Essa lei determina, por exemplo, a permanência de homens de 18 a 60 anos no país para combater na guerra.

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