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A reação do papa a planos de Trump de deportar imigrantes: 'Uma desgraça'

Francisco já havia dito que Trump não pode ser cristão se planeja construir um muro para impedir a entrada de migrantes do México

20 jan 2025 - 13h49
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O Papa Francisco sentado em uma cadeira de veludo, lendo de uma folha de papel. Ele está falando em um microfone. O fundo está desfocado
O Papa Francisco sentado em uma cadeira de veludo, lendo de uma folha de papel. Ele está falando em um microfone. O fundo está desfocado
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O Papa Francisco afirmou que os planos de Donald Trump para deportar migrantes ilegais dos EUA seriam uma "vergonha" se se concretizassem.

Em entrevista a um programa de TV italiano, transmitido de sua residência no Vaticano, Francisco disse que, caso os planos avançassem, Trump faria "miseráveis que não têm nada pagarem a conta". "Isso não está certo. Não é assim que se resolvem os problemas", afirmou.

Trump prometeu iniciar a maior deportação de imigrantes indocumentados da história dos EUA logo após assumir o cargo.

Em uma mensagem a Trump, compartilhada na segunda-feira, o Papa ofereceu-lhe "saudações cordiais" e o incentivou a liderar uma sociedade com "não há espaço para ódio, discriminação ou exclusão", promovendo "paz e reconciliação entre os povos".

O Papa é conhecido por considerar a questão dos migrantes de grande importância. Durante uma audiência pública em agosto, ele disse que "trabalhar sistematicamente por todos os meios para afastar migrantes" é "um grave pecado".

Em 2016, antes das primeiras eleições presidenciais vencidas por Trump, o Papa afirmou que "uma pessoa que pensa apenas em construir muros... e não em construir pontes, não é cristã".

Referindo-se à promessa de Trump de construir um muro na fronteira com o México para impedir a entrada de migrantes nos EUA, Francisco disse: "Eu digo apenas que esse homem não é cristão se ele falou coisas assim. Devemos ver se ele disse isso dessa forma, e eu lhe darei o benefício da dúvida".

Francisco e Trump se encontraram mais tarde, quando Trump e sua família visitaram Roma em 2017.

Ivanka, Melania e Donald Trump visitaram o Papa em 2017
Ivanka, Melania e Donald Trump visitaram o Papa em 2017
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Antes da eleição presidencial dos EUA em 2024, o Papa recusou-se a dizer se as pessoas deveriam votar em Trump ou em sua adversária democrata, Kamala Harris, limitando-se a aconselhar os eleitores a escolherem "o mal menor", de acordo com sua consciência.

Durante a entrevista no domingo à noite, Francisco também abordou a questão da migração para a Europa, afirmando que há "muita crueldade" e que todos têm "o direito de permanecer em casa e o direito de emigrar".

O Papa acrescentou ainda que alguns dos países do sul da Europa que recebem o maior número de migrantes "não estão tendo filhos e precisam de mão de obra". "Em alguns desses países, há vilarejos inteiros que estão vazios. Uma boa política migratória, bem pensada, ajudaria países como Itália e Espanha também", disse.

Em outra parte da entrevista, Francisco foi questionado sobre as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e afirmou que não entendia por que fazer a paz era tão difícil. "Não sei por que... é como se houvesse uma força internacional em direção à autodestruição", afirmou o Papa.

Francisco, de 88 anos, ocupa o cargo desde 2013, quando foi eleito para suceder o Papa Bento XVI.

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