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Abusos contra crianças são graves e inaceitáveis, diz Papa

Francisco reconheceu que Igreja ainda tem 'muito o que fazer'

29 abr 2022 - 09h01
(atualizado às 09h22)
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O papa Francisco se reuniu nesta sexta-feira (29) com membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores e voltou a condenar os abusos sexuais contra crianças e adolescentes cometidos por religiosos católicos.

Papa Francisco se reuniu com comissão focada na proteção dos menores
Papa Francisco se reuniu com comissão focada na proteção dos menores
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"O abuso, em qualquer forma, é inaceitável. O abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida enquanto ela está desabrochando. Ao invés de florir, a pessoa abusada é ferida, às vezes, de maneira indelével", disse aos presentes.

Durante sua longa fala, Francisco ainda revelou detalhes de um caso de abuso que soube por meio de uma carta enviada pelo pai da vítima. "Por causa disso, ele não conseguia mais sair de seu quarto por muitos anos, levando consigo diariamente as consequências impressas do abuso - e também para a família. As pessoas abusadas se sentem, às vezes, como presas entre a vida e a morte", acrescentou.

"A realidade do abuso e o seu impacto devastador e permanente sobre a vida dos pequenos parecem sobrecarregar os esforços de todos que buscam responder com amor e compaixão. A estrada para a cura é longa e difícil, pede uma esperança bem fundamentada, a esperança daquele que andou para a cruz e além dela", pontuou ainda.

Aos membros da Comissão criada por Jorge Mario Bergoglio em 2014, o líder católico afirmou que o "testemunho dos sobreviventes representa uma ferida aberta no corpo de Cristo que é a Igreja". Por isso, o Papa fez um apelo para que todos "trabalhem intensamente e corajosamente para fazer conhecer essas feridas, para buscar aqueles que sofrem e para reconhecer essas pessoas como testemunhas do nosso Salvador que sofre".

"Essa é a estrada para todos nós: bispos, superiores religiosos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas, catequistas, fiéis laicos. Cada membro da Igreja, segundo o próprio estado, é chamado a assumir a responsabilidade de prevenir os abusos e trabalhar para a justiça e para a cura", pontuou ainda.

Francisco também reforçou as novas normas adotadas pela Igreja Católica para combater a pedofilia e disse que elas são "importantes sinais que foram plantados". Mas, reconheceu que "ainda há muito o que fazer".

"As sementes que foram espalhadas estão começando a dar bons frutos. A incidência dos abusos contra os menores por parte do clero está em queda já há diversos anos nas partes do mundo onde há dados disponíveis e informações confiáveis. Anualmente, quero que me preparem um relatório sobre as iniciativas da Igreja para a proteção dos menores e dos adultos vulneráveis. Tal relatório será um elemento de transparência e de responsabilização e eu desejo que ele dê uma clara visão sobre os nossos progressos nesse compromisso", deu ainda como missão para os membros da comissão.

Para o chefe da Igreja Católica, "se os progressos não forem feitos, os fiéis continuarão a perder a confiança em seus pastores, tornando mais difícil o anúncio e o testemunho do Evangelho".

Francisco agradeceu o trabalho desenvolvido pelos membros da comissão desde a sua criação, que "pode ajudar na minha missão pastoral com aqueles que se dirigiram a mim por suas dolorosas experiências".

A Pontifícia Comissão para Tutela dos Menores foi criada pelo papa Francisco para enfrentar a grande quantidade de denúncias de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica ou por pessoas laicas ligadas às dioceses. .

Ansa - Brasil
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