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Acnur e parceiros pedem US$ 64 milhões para integrar refugiados em Angola

29 mar 2018 - 13h35
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Refugiados da República Democrática do Congo chegam a Lóvua, no norte de Angola
Refugiados da República Democrática do Congo chegam a Lóvua, no norte de Angola
Foto: Agência Brasil

A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) está solicitando US$ 64 milhões para apoiar esforços do governo angolano na sua província de Lunda Norte, que acolhe mais de 35 mil refugiados congoleses. As necessidades incluem proteção, saúde, higiene, educação e abrigo. A ajuda é necessária para responder à emergência dos refugiados vindos da região do Kassai na República Democrática do Congo, RD Congo.

As 53 vilas montadas para abrigar os congoleses podem ser expandidas com o montante solicitado, que também prevê a preparação para um eventual novo influxo de pessoas do território congolês. A movimentação de cidadãos do Kassai para Angola começou há um ano.

A ONU News conversou esta quinta-feira (29) com a encarregada de Relações Externas da Acnur em Angola, Margarida Loureiro, que declarou que o valor pode melhorar a integração entre os nacionais e os refugiados.

"Os doadores tiveram uma generosidade imensa. Eles doaram praticamente US$ 30 milhões quando  a situação era de emergência e houve um influxo de 30 milhões de pessoas para uma província que não estava preparada. A população e o governo angolanos agiram sem meios e deram tudo o que tinham de forma excepcional. Agora, mais do que nunca, esses fundos vão permitir que se passe de uma situação de emergência para de desenvolvimento."

Lóvua

A Acnur lançou o apelo por fundos junto com 22 agências das Nações Unidas e não-governamentais parceiras. Margarida Loureiro explica por que novos empreendimentos em áreas como o assentamento do Lóvua, no norte de Angola, seriam benéficos tanto para os angolanos como para os recém-chegados.

"Existe um influxo de refugiados e a população local também é afetada com esta emergência. A Acnur e parceiros apoiam o desenvolvimento dessa comunidade local, seja com infraestruturas, acesso à água e à educação. Já iniciaram as aulas e construímos quatro escolas. São estruturas provisórias, mas seguras, para que as crianças não estejam debaixo de árvores. A população local também usufrui destas condições," disse Margarida Loureiro.

No lançamento do apelo, em Luanda, o Escritório do Coordenador Residente da ONU em Angola declarou ao corpo diplomático que a generosidade é essencial para garantir várias necessidades dos refugiados, como proteção, saúde, higiene, educação e abrigo.

Angola já acolhe mais de 35 mil congoleses que procuraram abrigo no país. O novo pedido para ações em prol de refugiados faz parte de um apelo regional de US$ 504 milhões para dar resposta à crise congolesa.

Dos cerca de 25 mil cidadãos da RD Congo que recebem assistência alimentar em Angola, 77% são mulheres e crianças.

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Agência Brasil Agência Brasil
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