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Acusações contra pai de autor de massacre na Georgia testam nova estratégia jurídica

6 set 2024 - 20h20
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Menos de uma hora após seu filho de 14 anos ter sido levado, nesta sexta-feira, a um tribunal da Geórgia, acusado de homicídio, Colin Gray se encontrava no mesmo banco da corte, ansiosamente se movendo para frente e para trás após promotores acusarem-no de ter responsabilidade pelas mortes causadas no massacre cometido pelo filho.    As idas iniciais de Colin Gray, de 54 anos, e Colt Gray, de 14 anos, ao tribunal do Condado de Barrow, ocorrem dois dias após o ataque que matou dois estudantes e dois professores na Apalachee High School, em Winder, uma cidade de 18 mil habitantes localizada a 80 km de Atlanta. Nove pessoas ficaram feridas.    Colt Gray, um estudante da escola, recebeu tratamento de adulto e foi acusado por quatro homicídios.    Procuradores também acusaram o pai dele, que pode ser condenado a até 180 anos de prisão por homicídio culposo, duas acusações de homicídio de segundo grau e oito de crueldade contra crianças. Segundo promotores, ele forneceu a arma ao filho.    Ao acusar formalmente o pai do autor do massacre, procuradores estão implementando uma metodologia jurídica crescente nos EUA, que sofre com a violência de armas de fogo nas escolas. A abordagem tem ganhado apoio de grupos de sobreviventes e autoridades, mas críticos afirmam que os riscos táticos de uma acusação exacerbada podem ter pouca influência em impedir novos casos.    Estudos do Departamento de Segurança Nacional dos EUA mostraram que cerca de 75% dos autores de massacres em escolas obtiveram as armas em casa. Especialistas dizem que os pais deveriam guardar essas armas em locais onde os adolescentes não tivessem acesso, e assim os massacres seriam evitados.    O caso dos Gray ocorre após a condenação, em abril, de um pai e uma mãe de atirador de uma escola no Michigan, considerada a primeira vez nos Estados Unidos que pais foram responsabilizados legalmente pela autoria de um massacre por parte de um filho.    Jennifer e James Crumbley, pais de Ethan Crumbley, foram condenados a 10 e 15 anos de prisão por homicídio culposo após seu filho matar quatro colegas na Oxford High School, em 2021.    Tim Carey, conselheiro de leis e políticas no Centro Johns Hopkins para Soluções da Violência Armada, afirmou que as acusações contra Colin Gray são surpreendentes, mas disse que sua prisão não indica uma mudança importante em como os casos de massacres em escolas serão levados a julgamento.    "No caso dos Crumbley, assim como neste caso, os pais não estão sendo acusados pelos crimes de seus filhos", disse Carey. "Os pais estão sendo punidos por sua própria má conduta, permitindo que essa violência ocorra."    Colin Gray é acusado de, conscientemente, permitir que seu filho tivesse acesso à arma do crime, descrita por autoridades como "um armamento tipo da plataforma AR", ou um rifle semiautomático.    Ainda não se sabe como o filho dele obteve a posse da arma. Autoridades têm se negado a dar detalhes.    Os Gray já haviam sido entrevistados em meados de 2023 por autoridades do condado vizinho, em conexão com ameaças online de realização de um massacre em uma escola, feitas na plataforma de redes sociais de game Discord, disseram investigadores.

Na ocasião, os Gray disseram ao Departamento do Xerife do Condado de Jackson que não fizeram as ameaças. O pai também afirmou que tinha armas de caça trancadas em um cofre na casa e que seu filho não tinha acesso a elas.

Investigadores do Condado de Jackson encerraram o caso quando não conseguirem comprovar que Gray estava conectado à conta do Discord e não encontraram motivos para buscar a ordem judicial necessária para confiscar as armas da família.   

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