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Mundo

África do Sul dá adeus a seu pai espiritual, Desmond Tutu

Arcebispo morreu em 26 de dezembro, aos 90 anos

1 jan 2022 - 15h27
(atualizado às 15h39)
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A África do Sul realizou neste sábado (1º) o funeral do arcebispo Desmond Tutu, o último grande herói da luta contra o apartheid e que morreu no último dia 26 de dezembro, aos 90 anos de idade.

Conhecido por seu estilo de vida modesto, o religioso havia dado instruções para uma cerimônia simples, um caixão barato e uma cremação ambientalmente amigável.

O funeral ocorreu na Catedral Anglicana de St. George, na Cidade do Cabo, a mesma onde Tutu discursava contra o regime segregacionista promovido pela minoria branca na África do Sul até o início dos anos 1990.

"Nosso falecido pai foi um cruzado na luta por liberdade, justiça, igualdade e paz, e não apenas na África do Sul, mas em todo o mundo", disse o presidente Cyril Ramaphosa, que definiu Tutu como o "pai espiritual de nossa nova nação".

"Sua vida foi vivida honesta e completamente, ele tornou o mundo um lugar melhor. Lembraremos dele com um sorriso", acrescentou .

O funeral encerrou uma semana de luto na África do Sul e contou também com a presença da viúva de Nelson Mandela, Graça Machel.

Já o líder espiritual tibetano Dalai Lama, grande amigo de Tutu, não pôde participar devido à idade avançada e às restrições de viagem em vigor na China.

O sermão foi feito pelo bispo aposentado Michael Nuttall, amigo de longa data do líder religioso e que foi seu auxiliar na Arquidiocese da Cidade do Cabo.

"Nossa parceria talvez tenha tocado os corações e mentes de muitas pessoas: um líder negro dinâmico e seu vice branco nos últimos anos do apartheid, e os céus não desabaram", declarou Nuttall. "Éramos uma prévia do que poderia existir em nossa instável e dividida nação", disse.

Durante o regime do apartheid, o governo da minoria branca cimentou seu poder com uma série de leis baseadas em noções de segregação racial contra os negros, com uma dura opressão a quem se opunha à divisão, como Mandela.

Tutu se tornou um símbolo da luta contra esse regime, fazendo campanha no exterior contra o apartheid e batalhando internamente contra a violência racial da polícia. O arcebispo só não foi preso por causa de sua posição religiosa.

Após o desmantelamento do apartheid, Tutu integrou o Comitê da Verdade e Reconciliação, que expôs os horrores do antigo regime.

Mais tarde, se tornaria crítico do Congresso Nacional Africano, partido dominante na África do Sul nos últimos 25 anos, pela corrupção e incompetência de suas lideranças.

O corpo do arcebispo será cremado por meio de um processo conhecido como hidrólise alcalina, que é a dissolução dos restos mortais em uma solução de hidróxido de potássio a uma temperatura de 93ºC.

Ao fim de três a quatro horas de hidrólise, restam apenas os ossos, que são triturados e entregues dentro de uma urna. Essa técnica é considerada mais ecológica que a cremação porque consome menos energia e gera menos emissões de carbono.

Ansa - Brasil
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