O ministro sul-africano da Justiça e de Assuntos Penitenciários, Michael Masutha, negou nesta quinta-feira conceder liberdade condicional a Eugene de Kock, um coronel da polícia durante o apartheid, ao estimar que as famílias das vítimas devem se pronunciar.
"Não concordei com a liberdade condicional, mas aprovei a tramitação de um novo dossiê nos próximos 12 meses" para examinar novamente o pedido de De Kock, que realizou avanços na prisão, declarou o ministro durante uma coletiva de imprensa em Pretória.
"Eu sou da opinião de que é justo (...) que as famílias das vítimas tenham a oportunidade de participar no processo de deliberação" para conceder ou não a liberdade condicional, acrescentou o ministro.
De Kock, de 65 anos e considerado o assassino número um, encontra-se na prisão há 20 anos cumprindo uma condenação de 1996 a 212 anos de prisão por assassinato e por outros crimes cometidos contra ativistas antiapartheid, quando dirigia uma unidade antiterrorista da polícia deste regime racista.
O ex-chefe dos serviços secretos (vlakplass) é um dos poucos funcionários da época do apartheid processados, depois que a Comissão para a Verdade e a Reconciliação, criada em 1995, negou sua anistia pela morte de cinco homens em 1992.
Durante seu julgamento e diante da Comissão para a Verdade e a Reconciliação, Eugene de Kock, que se autointitulou "assassino de Estado", detalhou diversas atrocidades, ataques e assassinatos cometidos por sua unidade e os justificou dizendo que cumpria ordens políticas.
Fuzileiros navais sul-africanos fazem o controle da movimentação de negros em Nyanga, em 2 de abril de 1960
Foto: AFP
Militantes anti-apartheid participam de funeral de Steve Biko, em King William's Town, em 3 de outubro de 1977. Biko era o fundador do Movimento de Consciência Negra e morreu na prisão vítima de violência policial
Foto: AFP
Manifestantes correm da polícia durante conflitos raciais na Cidade do Cabo, em outubro de 1976
Foto: AFP
Oito homens, incluindo Nelson Mandela, são levados após serem condenados à prisão prisão perpétua em Pretória, em 16 de junho de 1964
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Feridos aguardam por atendimento deitados na rua após confronto entre a polícia e manifestantes negros em Sharpeville, em 21 de março de 1960. O confronto deixou 69 mortos e 180 feridos, a maioria mulheres e crianças
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Hospital exclusivo para negros em Jonahesburgo, fevereiro de 1963
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Favela em área reservada aos negros em Johanesburgo nos anos 1960
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Estudantes participam de aula na escola exclusiva para negros em Soweto, em 11 de maio de 1977
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Menino sul-africano celebra após carro de suposto informante da polícia ser queimado durante protesto contra o apartheid em Duduza, em 10 de julho de 1985
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Manifestante celebra libertação de Mandela com jornal que traz a notícia em sua capa, em Soweto, em 11 de fevereiro de 1990
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Moradores de Soweto participam de comício celebratório pela libertação de Nelson Mandela, em 12 de fevereiro de 1990
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Nelson Mandela (centro) e a então mulher Winnie celebram após ele deixar a prisão de Victor Verster em 11 de fevereiro de 1990
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Milhares de conservadores e supremacistas brancos participam de marcha em defesa do apartheid e contra a libertação de Mandela em 15 de fevereiro de 1990, em Pretória
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O então presidente sul-africano Frederik De Klerk (esq.) cumprimenta Mandela após o início das negociações entre o governo e o partido Congresso Nacional Africano para o fim do regime de apartheid, em 4 de maio de 1990, na Cidade do Cabo
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