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África

Al-Shabab promete mais ataques se Quênia não retirar tropas da Somália

26 set 2013 - 07h34
(atualizado às 07h53)
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O líder da milícia fundamentalista islâmica somali Al-Shabab, Mukhtar Abu Zubeyr, conhecido como Ahmed Godane, disse que o grupo cometerá mais ataques como o do centro comercial Westgate, em Nairóbi, se o Quênia não retirar suas tropas do sul da Somália.

Por meio de uma mensagem de voz publicado no portal Somalimemo.net, simpatizante da Al-Shabab, Ahmed Godane disse que a ação em Westgate foi uma vingança pela entrada do Exército do Quênia, em outubro de 2011, no sul da Somália com o objetivo de eliminar os radicais deste região do país.

"Tirem suas tropas ou se preparem para uma guerra longa, sangrenta. Decidam-se agora e retirem suas tropas das regiões islâmicas da Somália", desafiou o líder fundamentalista. "Se não", continuou Ahmed Godane, "estejam prontos para mais sangue em seu território, para o colapso econômico".

A Al-Shabab realizou no sábado passado um ataque ao centro comercial Westgate, em Nairóbi, ação que o governo do Quênia deu por concluída na terça-feira e que deixou 72 pessoas mortas.

Desde outubro de 2011, quando o Exército do Quênia entrou na Somália como resposta a uma onda de sequestros supostamente obra da Al-Shabab no território queniano, os radicais islâmicos ameaçaram cometer represálias. Desde então, foram registrados dezenas de ataques em zonas fronteiriças com a Somália, na cidade portuária de Mombaça e em Nairóbi, que causaram mais de 200 vítimas até o momento.

A Al-Shabab, que anunciou em fevereiro de 2012 sua união formal à rede terrorista Al-Qaeda, luta supostamente para instaurar um estado islâmico de corte wahhabista na Somália.

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As tropas multinacionais da Missão da União Africana na Somália (Amisom, da qual os militares quenianos fazem parte), o exército somali, as Forças Armadas etíopes e várias milícias pró-governo combatem a Al-Shabab, a milícia fundamentalista islâmica dominante desde 2006.

Embora as tropas aliadas retomaram no final de setembro de 2012 o controle do principal reduto fundamentalista, a cidade litorânea de Kismayo, os radicais ainda controlam boa parte do centro e do sul da Somália, onde o frágil Executivo do país ainda não consegue impor sua autoridade.

A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi deposto, o que deixou o país sem um governo medianamente efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de um determinado clã e grupos de criminosos armados.

EFE   
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