Ataque com criança-bomba deixa sete mortos na Nigéria
Ataques foram atribuídos ao grupo jihadista Boko Haram, que desde 2009 já deixou cerca de 13 mil mortos e 1,5 milhão de deslocados
Sete pessoas morreram neste domingo em um ataque no norte da Nigéria, executado por uma menina com idade por volta de sete anos, que levava um cinturão de explosivos preso ao corpo.
Duas vítimas não resistiram aos ferimentos, elevando o número de óbitos divulgado anteriormente - cinco mortos, além da criança-bomba. Uma fonte hospitalar consultada pela AFP contou que cerca de 20 pessoas ficaram feridas e estavam recebendo cuidados médicos.
O ataque aconteceu às 13h30 locais, horário de grande movimento, segundo os comerciantes.
Lançado contra um mercado da localidade nigeriana de Potiskum, capital comercial do estado de Yobem, este foi o último de uma série de atentados cometidos por crianças no país. Esses ataques estariam sendo orquestrados pelo grupo jihadista Boko Haram.
O ataque é mais uma evidência do gigantesco desafio de segurança do país, que realizará, em 28 de março próximo, eleições presidenciais e legislativas.
O presidente Goodluck Jonathan, que venceu o pleito em 2011, encontra-se em uma dura disputa eleitoral contra o ex-ditador Muhammadu Buhari para tentar um novo mandato.
Inicialmente, a votação estava prevista para 14 de fevereiro, mas o Exército determinou um adiamento de seis semanas, apoiado pela Comissão Eleitoral Nacional, para tentar melhorar a situação de segurança no país.
O ataque deste domingo foi o segundo no mercado Kasuwar Jagwal, de produtos eletrônicos e conserto de telefones celulares. Em 11 de janeiro, o local foi alvo de um atentado executado por dois adolescentes. Seis pessoas morreram, e 37 ficaram feridas.
Um dia antes, 19 pessoas haviam perdido a vida em um atentado cometido por uma menina na principal praça de Maiduguri, nordeste do país.
Os dois ataques foram atribuídos ao grupo jihadista Boko Haram, cuja ofensiva iniciada em 2009 já deixou cerca de 13 mil mortos e 1,5 milhão de deslocados. O conflito se estendeu a vários países da bacia do lago Chade.
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que visita os três países de fronteira com a Nigéria (Chade, Camarões e Níger), destacou neste domingo a necessidade de Abuja se comprometer com a luta contra os extremistas do Boko Haram.
"É necessário contar com o total compromisso da Nigéria para lutar contra o Boko Haram", declarou, em entrevista coletiva concedida em Niamei, capital do Níger.
No sábado, em N'Djamena, capital do Chade, Fabius visitou uma célula de coordenação, com militares chadianos, camaroneses, nigerinos e franceses, mas sem representante nigeriano.
O debate sobre a criação de uma força militar regional conjunta esbarra na atitude da Nigéria, que minimiza o perigo real do Boko Haram.