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África

Ataques do Boko Haram desestabilizam governo da Nigéria

Intensificados, ataques causaram a morte de quase 150 pessoas em apenas dois dias na cidade de Jos

21 mai 2014 - 16h27
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<p>Atentados provocaram novos temores de violência étnica entre o sul cristão e o norte de maioria muçulmana</p>
Atentados provocaram novos temores de violência étnica entre o sul cristão e o norte de maioria muçulmana
Foto: Reuters

Quase 150 pessoas morreram em dois dias na Nigéria em ataques contra cidades no nordeste do país e em um atentado em Jos (centro), desestabilizando ainda mais o governo, apesar da mobilização internacional contra o grupo radical islâmico Boko Haram.

Dois ataques foram cometidos nas proximidades da cidade de Chibok, onde o grupo islamita sequestrou mais de 200 adolescentes no mês passado, provocando uma forte reação internacional.

"O ataque foi brutal. Atiraram e incendiaram nossas casas. Tivemos que fugir para o mato. Mataram 20 pessoas", disse Haruna Bitrus, morador de Alagarno. Outras dez foram mortas em Shawa.

Em Jos, as equipes de socorro mantinham nesta quarta os trabalhos de busca de eventuais sobreviventes entre os escombros dos atentados de terça-feira.

O porta-voz do governo do estado de Plateau, do qual Jos é a capital, atribuiu o atentado ao Boko Haram.

Países declaram guerra ao Boko Haram:

"A investigação está em andamento, mas trata-se claramente de uma extensão das atividades terroristas que atingem o nordeste do país, da insurreição do Boko Haram", declarou.

Os Estados Unidos condenaram nesta quarta-feira "ataques revoltantes" contra civis e reafirmaram seu apoio para que a Nigéria derrote o extremismo, em um comunicado do Departamento de Estado.

Os atentados provocaram novos temores de violência étnica entre o sul cristão e o norte de maioria muçulmana, que já havia assolado no passado o estado de Plateau (centro) e sua capital Jos.

O arcebispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, Ignatius Ayau Kaigama, chamou os ataques de "golpe muito duro" contra os trabalhos dos últimos anos "para favorecer a coexistência pacífica", enquanto criticou a atuação do governo.

Desde o sequestro das estudantes em abril, o governo e as Forças Armadas têm sido criticados pela incapacidade para deter a espiral de violência na Nigéria, onde 2.000 pessoas morreram desde o início do ano.

Haruna Bitrus, morador de Alagarno, disse que, apesar da mobilização militar para encontrar as adolescentes sequestradas em Chibok, o Exército não reagiu ao último ataque do grupo radical islâmico nigeriano.

"Enquanto os homens armados fugiam, três veículos tiveram problemas e ficaram para trás para que fossem consertados. Permaneceram lá até esta manhã sem que o Exército agisse", afirmou.

Depois do atentado em Jos, o contestado presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, reiterou a vontade de "vencer a guerra contra o terrorismo".

O Exército nigeriano iniciou nesta quarta uma grande campanha de recrutamento de voluntários para combater o Boko Haram.

Além disso, o Parlamento aprovou na terça a ampliação do estado de emergência, em vigor desde maio de 2013, mas a medida em momento algum causou a redução dos ataques do Boko Haram no norte do país. Pelo contrário, o grupo apenas intensificou as ações, principalmente contra os civis.

O sul de maioria cristã ainda não foi alvo dos atentados, mas o Boko Haram já ameaçou atacar instalações petroleiras no Delta do Níger, estratégicas para a maior economia da África.

Para enfrentar o grupo islamita, as autoridades nigerianas contam com a ajuda da comunidade internacional.

O governo dos Estados Unidos enviou especialistas e drones (aviões teleguiados) para tentar localizar as adolescentes sequestradas. Em uma reunião organizada em Paris no fim de semana, a Nigéria, os países vizinhos e os aliados ocidentais adotaram um plano de luta global contra o Boko Haram.

Foto: Arte Terra

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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