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África

Etiópia corta acesso à internet após surto de violência

Moradores relatam que a conexão não funciona há três dias

8 ago 2018 - 10h19
(atualizado às 11h11)
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Autoridades interromperam o acesso à internet no leste da Etiópia após um surto de violência local, disseram moradores nesta quarta-feira, em um sinal dos desafios enfrentados pelo primeiro-ministro reformista Abiy Ahmed para conter as tensões étnicas em algumas regiões do país.

Os moradores, um deles falando da região de Oromia e outro da cidade de Harar, disseram que a conexão não funciona há três dias, na primeira vez em que o acesso é interrompido desde que o Parlamento revogou um estado de emergência em junho.

Premiê etíope, Abiy Ahmed, tem enfrentado dificuldades para conter disputas étnicas dentro da Etiópia
Premiê etíope, Abiy Ahmed, tem enfrentado dificuldades para conter disputas étnicas dentro da Etiópia
Foto: Reuters

O porta-voz do governo etíope, Ahmed Shide, não respondeu de imediato a um telefonema e uma mensagem de texto pedindo comentários sobre a interrupção, que foi relatada na terça-feira pelo grupo de defesa de direitos digitais Access Now.

A violência irrompeu no sábado em Jijiga, capital da região somali do país, quando multidões saquearam propriedades de minorias étnicas. Autoridades de segurança mataram quatro pessoas a tiros, disse uma testemunha à Reuters.

O governo disse que os tumultos foram estimulados por autoridades regionais.

Os moradores de Oromia e Harar disseram temer que a violência se espalhe da região somali para outras áreas do leste da Etiópia, em parte porque retaliações étnicas respectivas são um elemento dos tumultos que abalaram a nação durante três anos, até a renúncia do premiê Hailemariam Desalegn em fevereiro.

O governo decretou um estado de emergência um dia depois da renúncia de Hailemariam, ocorrida na esteira de três anos de protestos de rua e tumultos violentos.

Desde que substituiu Desalegn, em abril, Abiy virou a política e a economia do avesso no país de 100 milhões de habitantes, mas a persistência da violência étnica é um obstáculo para seu ímpeto reformista.

Atualmente quase um milhão de etíopes estão afastados de suas casas devido aos conflitos étnicos na região somali, em Oromia e em outras partes, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

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