Ebola: pacientes sumidos por ataque em hospital são achados
Dezessete pacientes fugiram na Libéria após criminosos atacarem hospital
Os dezessete pacientes com suspeita de contaminação pelo vírus ebola que estavam desaparecidos de um hospital na Libéria foram encontrados, de acordo com o ministro da Informação do país, Lewis Brown.
A autoridade afirmou à BBC que o grupo foi localizado e "finalmente se entregou" para voltar ao centro médico.
O governo chegou a negar que os pacientes tivessem desaparecido, mas depois voltou atrás e disse que tinham "voltado para casa".
'Volta para casa'
Pouco depois do "desaparecimento", autoridades tentaram acalmar a população, dizendo que os pacientes da favela West Point, na capital Monróvia, haviam sido enviados para outros hospitais.
Depois, o ministro Lewis Brown disse que as 17 pessoas haviam voltado "para as suas casas". Agora, a informação é de que eles voltarão para o centro de tratamento.
Segundo Tolbert Nyenswah, do Ministério da Saúde, manifestantes de West Point atacaram um centro de saúde onde os pacientes ficavam em quarentena em um local isolado.
Segundo ele, o temor é de que o roubo possa espalhar o vírus para toda a área de West Point.
Relatos indicam que os manifestantes acreditavam que o surto de ebola seria uma farsa e, por isso, queriam fechar o centro médico à força.
Lindis Hurum, da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), pediu ao governo da Libéria que faça uma campanha urgente de conscientização da população.
Colchões com manchas de sangue, roupas de cama e equipamentos médicos foram levados do hospital, disse à BBC um chefe da polícia local, sob condição de não ter seu nome divulgado.
Diversas companhias aéreas já cancelaram seus voos para Guiné, Libéria e Serra Leoa – os países mais afetados pelo surto de ebola.
Os sintomas do ebola incluem febre alta e sangramento; o vírus ataca o sistema nervoso central e a taxa de mortalidade chega a 90%.
O último levantamento das Nações Unidas indica que 1.229 pessoas já morreram desde o início da epidemia, em fevereiro. Mais de 2.100 casos já foram registrados.
A doença também se espalhou para Serra Leoa, Guiné e Nigéria.
O surto na África Ocidental já é considerado o mais mortal da doença até hoje. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que só entre 14 e 16 de agosto foram registradas 84 mortes.