Egito: Sissi pede concessões de Israel aos palestinos
O ex-comandante do Exército e candidato favorito à presidência do Egito, marechal Abdel Fatah al Sissi, afirmou nesta terça-feira que só receberá o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se Israel fizer "concessões" nas negociações com os palestinos.
O marechal Al-Sissi, que disputará a presidência no final de maio, já dirige de fato o Egito, onde lidera uma sangrenta repressão aos partidários do presidente islâmico deposto, Mohamed Mursi, principalmente a Irmandade Muçulmana, que acusa de "terrorismo" e cumplicidade com o movimento palestino Hamas e a Jihad Islâmica.
O Egito foi o primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com Israel, em 1979, mas as relações entre os dois vizinhos esfriaram durante a presidência de Mursi, entre os verões (boreais) de 2012 e 2013, já que para Israel a Irmandade Muçulmana apoia o Hamas, o movimento islâmico no poder na Faixa de Gaza.
As últimas negociações de paz entre israelenses e palestinos foram realizadas sob o patrocínio dos Estados Unidos e fracassaram no final de abril. "É preciso que antes nos deem uma satisfação com algo para os palestinos", disse Al-Sissi sobre um eventual encontro com Benjamin Netanyahu após sua eleição para a presidência do Egito, sugerindo o reconhecimento de um Estado palestino tendo Jerusalém Oriental como capital.
O marechal reafirmou que o Exército egípcio destruiu "a maioria" dos túneis de contrabando entre o Egito e a Faixa de Gaza, tirando do Hamas uma importante fonte de renda. Em seguida, Al-Sissi esclareceu que "não permitirá que a situação e seus sentimentos contra o Hamas afetem a posição histórica do Egito na defesa da causa palestina".
O Egito realiza eleições presidenciais nos dias 26 e 27 de maio.