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África

Egito: soldados entram em mesquita para retirar militantes islâmicos

17 ago 2013 - 04h54
(atualizado às 09h12)
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Depois de mais um dia sangrento, no qual mais de 80 pessoas (mais de 100, segundo a Irmandade Muçulmana) foram mortas, membros das forças de segurança entraram neste sábado em uma mesquita, no centro do Cairo, usada por manifestantes como refúgio no dia anterior, para tentar retirá-los e acabar com o cerco ao local.

A mesquita de Al-Fath tem sido usada como refúgio dos militantes islâmicos partidários do presidente deposto, Mohamed Mursi, além de ser um destino para os mortos da violenta repressão praticada pelas forças da ordem egípcia.

As forças de segurança iniciaram na sexta-feira à noite o cerco à mesquita, onde quase mil pessoas estavam refugiadas. O número não foi confirmado por fontes independentes. Tiros foram ouvidos no início do cerco, mas pararam pouco depois, segundo os manifestantes ouvidos pela AFP.

Imagens de televisão deste sábado mostraram soldados entrando na mesquita, em uma tentativa de tentar persuadir os manifestantes a deixarem o local, cercado por policiais e opositores do presidente deposto.

De acordo com a BBC, os militantes dentro da mesquita estão preocupados com a possibilidade de mais prisões e violência. Eles querem que as forças de segurança se afastem antes de deixarem o local. Segundo a EFE, no momento em que aproximadamente 30 pessoas deixavam a mesquita sob a custódia dos soldados governamentais nesta manhã, opositores de Mursi tentavam agredir e pressionar o grupo.

O canal local da Al-Jazeera divulgou em seu site imagens dos soldados dentro da mesquita, em uma aparente tentativa de negociar com os manifestantes para que abandonem o local.

as últimas horas, muitas pessoas deixaram a mesquita, incluindo mulheres e crianças, por meio de uma passagem aberta pela polícia. Apesar disso, no momento em que aproximadamente 30 pessoas deixavam a mesquita sob a custódia dos soldados governamentais, opositores de Mursi tentavam agredir e pressionar o grupo.

Autoridades egípcias detêm mais de mil islamitas nas últimas horas

O Ministério do Interior do Egito informou neste sábado que as forças de segurança detiveram aproximadamente mil - 1.004, ao exato -, membros da Irmandade Muçulmana nas últimas horas, além de terem apreendido uma considerável quantidade de armas e munição.

Em comunicado, o ministério citado apontou que as detenções estão sendo realizadas em todas as províncias durante as operações para fazer frente às "tentativas terroristas de elementos da Irmandade Muçulmana, que deseja empurrar o país para um ciclo de violência".

A nota ressaltou que cerca de 500 pessoas foram detidas somente no Cairo, incluindo um paquistanês, um palestino e quatro sírios, enquanto 58 foram capturados na província de Guiza, que também abrange parte da capital.

O Ministério explicou que, entre outros atos de violência registrados ontem, membros da Irmandade atacaram uma delegacia policial no bairro de Ramsés, onde os islamitas realizaram a principal concentração no Cairo, e abriram fogo contra ela.

Além disso, o ministério do Interior acusou integrantes da formação islâmica de ter provocado incêndio em um edifício da empresa construtora Arab Contractors.

Na segunda maior cidade do país, Alexandria (norte), pelo menos 55 militantes da Irmandade Muçulmana foram detidos pelas autoridades. No restante das províncias, o lugar onde houve um maior número de detenções foi no delta do Nilo (norte), onde pelo menos 252 pessoas foram presas pelas forças da ordem em Kafr el Sheikh e em Dakahiliya.

A Irmandade Muçulmana assegura que mais de 100 pessoas morreram nos distúrbios de ontem na capital, enquanto, até o momento, o Ministério da Saúde confirmou apenas 17 mortos e 82 feridos em todo país.

infográfico massacre egito
infográfico massacre egito
Foto: AFP

Com informações da BBC e EFE

Fonte: Terra
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