14 de agosto - Policiais egípcios detêm manifestante pró-Mursi em meio à repressão contra mobilização de simpatizantes do presidente deposto; segundo os últimos dados disponíveis até o início da tarde desta quarta-feira, ao menos 149 pessoas haviam morrido e 1,4 mil ficado feridas durante a ação de repressão das forças de seguranças egípcias
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14 de agosto - Soldado das forças de segurança chuta manifestante pró-Mursi em meio aos confrontos com as forças de segurança perto de acampamentos da Universidade do Cairo, no distrito de Gizé
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14 de agosto - Manifestante pró-Mursi chora ao lado de mulher em meio aos confrontos com as forças de segurança perto de acampamentos da Universidade do Cairo, no distrito de Gizé
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14 de agosto - Manifestante pró-Mursi beija testa de amigo militante morto pelas forças de segurança egípcias em hospital improvisado em Rabaah Al-Adawiya
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14 de agosto - Egípcia tenta impedir o avanço de uma retroescavadeira para proteger um homem ferido durante os confrontos registrados em um acampamento próximo da mesquita Rabaa al-Adawiya, no Cairo
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14 de agosto - Manifestante ferido pede ajuda durante confronto gerado pela remoção de acampamento pró-Mursi na praça Al-Nahda
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14 de agosto - Simpatizante da Irmandade Muçulmanda e do presidente deposto Mohamed Mursi gesticula durante confronto com a polícia no Cairo
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14 de agosto - Mulher com um pedaço de pau nas mãoes conversa com policial em acampamento pró-Mursi
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14 de agosto - Manifestantes atiram viatura da polícia de ponte no Cairo em protesto contra a ação da polícia
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14 de agosto - Incêndio consome acampamento pró-Mursi na praça Al-Nahda
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14 de agosto - Policial ferido recebe ajuda de colega durante confronto com seguidores de Mursi
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14 de agosto - Policial puxa mangueira durante tentativa de limpar área em que seguidores de Mursi estavam acampados
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14 de agosto - Manifestante grita palavras de ordem contra as autoridades militares na área de Mohandessin, no Cairo
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14 de agosto - Corpos de seguidores da Irmandade Muçulmana são vistos enfileirados em necrotério improvisado nos arredores mesquita Rabaa al-Adawiya
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14 de agosto - Mulher tenta parar o avanço de escavadeira durante confronto nas proximidades da mesquita Rabaa al-Adawiya, no Cairo
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14 de agosto - Seguidores de Mursi reagem ao avança de escavadeira do Exército egípcio sobre acampamento na praça Al-Nahda
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14 de agosto - Simpatizantes de Mursi fogem de gás lacrimogêneo disparado pela polícia durante ofensiva no Cairo
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14 de agosto - Manifestantes reunidos em acampamento na Cidade de Nasr, no Cairo, atiram pedras contra as forças de segurança
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14 de agosto - Manifestante ferido é ajudado por um companheiro, um policial e um fotógrafo
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14 de agosto - Policiais carregam colega ferido durante o confronto na Cidade Nasser, nos subúrbios do Cairo
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14 de agosto - Egípcios ajudam mulher afetada pelo gás lacrimogêneo durante a ofensiva contra o acampamento pró-Mursi no Cairo
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14 de agosto - Policial disparar tiro de gás lacrimogêneo contra manifestantes em praça de Giza
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14 de agosto - Manifestante carrega companheiro ferido nas proximidades da praça Rabaa al-Adawiya, no Cairo
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14 de agosto - Feridos e mortos durante a ofensiva são vistos no chão
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14 de agosto - Manifestante carrega cópias do Alcorão enquanto tenta escapar ileso de área atingida pela ofensiva policial
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14 de agosto - Manifestante joga galão d'água em fogo para tentar conter incêndio provocado pelos confrontos no Cairo
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14 de agosto - Mulher se atira no chão em frente a policiais em acampamento pró-Mursi em Giza
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14 de agosto - Manifestantes pró-Mursi buscam refúgio da fumaça e dos confrontos com as forças de segurança do Egito no Cairo
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14 de agosto - Policial conduz manifestantes pró-Mursi ferido durante a repressão da quarta-feira
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14 de agosto - Apoiadores de Mursi carregam manifestante ferido durante os protestos no Cairo
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14 de agosto - Manifestantes carregam feridos nos confrontos nos arredores da praça Rabaa
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14 de agosto - Homem ferido é carregado por manifestantes
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15 de agosto - Corpos são vistos em mesquita no distrito de Rabaa al-Adawiya, no Cairo
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15 de agosto - Homem é fotografado ao lado de carros destruídos durante a ofensiva contra acampamentos de seguidores de Mursi
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15 de agosto - Pessoas ajudam a carregar caixão de policial morto durante a ação de quarta-feira no Cairo
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15 de agosto - Militares fazem a proteção em frente à mesquita Rabaa al-Adawiya, no Cairo, um dia após o massacre
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15 de agosto - Policial militar caminha do lado de fora da mesquita Rabaa al-Adawiya, que foi queimada durante a ofensiva militar
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15 de agosto - Militares protegem área da mesquita Rabaa al-Adawiya
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15 de agosto - Homem remove tenda da mesquita Rabaa al-Adawiya
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15 de agosto - Escavadeira remove destroços deixados após a ofensiva contra o acampamento de seguidores da Irmandade Muçulmana
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15 de agosto - Corpos são enfileirados em mesquita do Cairo nesta quinta-feira
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15 de agosto - Mulher conversa ao telefone ao passar por área onde estava o acampamento muçulmano atacado as autoridades
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15 de agosto - Egípcio chora ao lado de corpos em mesquita no Cairo
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15 de agosto - Moradores caminham pelo que restou da mesquita Rabaa al-Adawiya, no Cairo
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16 de agosto - Soldados egípcios guardam posição em cima e ao lado de veículos blindados em acesso à Praça Tahrir, no Cairo
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16 de agosto - Blindados cercam acesso da Praça Tahrir no Cairo
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16 de agosto - Manifestantes pró-Mursi protestam nas proximidades da mesquita Ennour, no Cairo
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16 de agosto - Mulheres participam de protestos contra as autoridades militares nas proximidades da mesquita Ennour, no Cairo
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16 de agosto - Soldado egípcio é visto dentro de tanque nos arredores da Praça Tahrir, no Cairo
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16 de agosto - Manifestantes retiram pedras do calçamento para jogar na polícia na praça Ramsés, no Cairo
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16 de agosto - Manifestantes carregam homem ferido durante os protestos em Gizé
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16 de agosto - Partidários de Mursi se reúnem em frente à mesquita al-Fatah, na praça Ramsés, no Cairo
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16 de agosto - Partidários da Irmandade Muçulmana marcham no Cairo
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16 de agosto - Manifestantes ajudam pessoas feridas durante os confrontos na praça Ramsés
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16 de agosto - Focos de incêndio foram registrados na praça Ramsés
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16 de agosto - Homem ferido é carregado por voluntários
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16 de agosto - Homem recebe ajuda depois de ser ferido nos confrontos
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16 de agosto - Suja de sangue, mulher grita em desespero dentro da mesquita
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16 de agosto - Homem fica desesperado ao ver corpos de parentes dentro da mesquita
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16 de agosto - Ferido recebe tratamento dentro de mesquita localizada na praça Ramsés
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17 de agosto - Policiais removem partidário da Irmandade Muçulmana na saída da mesquita al-Fath, no cento, no centro do Cairo. Centenas de muçulmanos se refugiaram dentro da mesquita na noite de sexta-feira para se proteger dos disparos das forças de segurança e dos ataques dos opositores do movimento
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17 de agosto - Partidário do presidente deposto Mohamed Mursi é escoltado ao deixar a mesquita
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17 de agosto - Partidários de Mursi e policiais são fotografados dentro da mesquita durante ação para evacuar o local
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17 de agosto - Opositor de Mursi e da Irmandade Muçulmana tenta furar bloqueio policial para pressionar o grupo que se escondeu na mesquita
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17 de agosto - Imagem mostra o lixo acumulado dentro da mesquita nesta manhã
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17 de agosto - Objetos do período faraônico são vistos no chão e em vidros quebrados dentro de museu de antiguidades na localidade de Minya, no Egito. O local foi vandalizado e saqueado na quinta e na sexta-feira
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17 de agosto - Objeto é visto destruído após o museu ser vandalizado
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17 de agosto - Sarcófago foi danificado na invasão do museu em Malawi
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17 de agosto - Cenário no museu é de destruição após o local ser saqueado
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17 de agosto - Vidros foram quebrados e obras históricas foram roubadas
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Após os massacres da semana passada, o Egito viveu uma segunda-feira de mais violência. Vinte e quatro policiais e 37 presos islamitas foram mortos em menos de 24 horas no país, onde as forças de ordem reprimem com violência os partidários do presidente destituído Mohamed Mursi, que os consideram "terroristas".
Na península desértica do Sinai, base de retaguarda de vários grupos islamitas armados, os agressores atacaram com foguetes dois micro-ônibus da polícia, matando pelo menos 24 policiais que iam para Rafah. Esse ataque, o mais mortífero contra as forças de ordem em décadas, eleva para mais de cem o número de policiais mortos em cinco dias.
Na noite de domingo, em circunstâncias ainda não esclarecidas, 36 presos pertencentes à Irmandade Muçulmana, de Mursi, morreram asfixiados no furgão em que eram levados para uma prisão do Cairo, com a polícia mencionando uma tentativa de fuga. O campo de Mursi denunciou um "assassinato" e dois policiais foram presos no dia seguinte.
As autoridades anunciam regularmente, desde o início, manifestações pró-Mursi, a prisão de centenas de islamitas. Elas mantêm Mursi desde o dia 3 de julho em um local secreto. Nesta segunda, uma nova acusação foi apresentada contra ele: a de "cumplicidade em assassinato e tortura" contra manifestantes.
Enquanto isso, a justiça anunciou que o ex-presidente Hosni Mubarak, derrubado no início de 2011 por uma revolta popular, foi colocado em liberdade condicional à espera de julgamento em um caso de corrupção. Agora ele permanece detido por uma última acusação.
Massacre após golpe de Estado
Cerca de 900 pessoas, manifestantes pró-Mursi em sua grande maioria, foram mortas em seis dias em todo o país, incluindo cerca de 600 na quarta-feira quando as forças de ordem lançaram o primeiro ataque contra as mobilizações da Irmandade Muçulmana no Cairo. Cerca de 200 morreram depois durante um dia de manifestações na sexta-feira.
Mursi, primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no Egito, foi destituído no dia 3 de julho. Desde então, seus partidários exigem o seu retorno ao poder e denunciam um golpe de Estado.
E esta violência sem precedentes na história recente do Egito pode aumentar, já que os dois lados estão reforçando suas posições. Os pró-Mursi convocaram novas manifestações no Cairo nesta segunda-feira e o comandante do Exército, Abdel Fattah al-Sissi, prometeu uma resposta "das mais enérgicas" aos islamitas que optarem pela violência.
"Nossa maior prioridade é a segurança nacional", ressaltou, por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Nabil Fahmy, admitindo que "há uma crise" no país. O "Egito está no bom caminho", considerou ele, afirmando que "o futuro sistema político será um regime democrático, aberto a todos, de acordo com as regras constitucionais que serão escritas em breve".
Qualquer um que recorrer à violência deverá responder por seus atos "conforme à lei" e não participará do futuro do Egito, ressaltou. No país, a imprensa e grande parte da população, que consideram os membros da Irmandade Muçulmana "terroristas", apoiam o método de uso da força do Exército, que suscitou uma onda de fortes críticas no exterior.
A Anistia Internacional denunciou um "massacre total", e lamentou as "fracas" reações internacionais, enquanto os países da União Europeia, que se disseram preparados para "reexaminar" suas relações com o Cairo, realizarão uma reunião ministerial na quarta-feira sobre o assunto.
O chefe da diplomacia saudita, o príncipe Saud al-Fayçal, alertou para que os países árabes estejam preparados para compensar qualquer queda na ajuda ocidental ao Egito. O Canadá se disse "fortemente preocupado" com a prisão de dois se seus cidadãos no Egito, exigindo explicações sobre as acusações contra eles.
Apesar de ter aumentado o tom com o governo egípcio, os Estados Unidos não suspenderão por enquanto sua ajuda militar e econômica, mas podem tomar uma decisão a respeito nas próximas semanas.
O secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, pediu nesta segunda feria o fim do estado de emergência, mas reconheceu que a capacidade de influência de seu país é limitada. "A violência deve parar, o estado de emergência deve ser retirado", declarou Hagel, indicando que "todos os aspectos" da cooperação com o Cairo estão sendo reavaliados. Mas ele concluiu: "Nossa capacidade de influenciar os eventos é limitada. Está com o povo egípcio (...), é de sua responsabilidade resolver isto".
Dentro do país, lideranças da pequena comunidade católica copta egípcia consideraram que um ataque "terrorista" está sendo praticado contra o povo egípcio, mas negaram qualquer divisão entre cristãos e muçulmanos, depois de vários ataques terem atingido os coptas recentemente.
No domingo, os militantes favoráveis a Mursi cancelaram manifestações no Cairo, mencionando razões de segurança. Os manifestantes islâmicos temem se tornar alvos das forças de ordem, que são autorizadas a atirar nos manifestantes hostis, e de grupos de cidadãos armados que, há vários dias, atacam islamitas e jornalistas estrangeiros acusados de apoiar os pró-Mursi.
Em um aparente gesto de apaziguamento, o governo anunciou no domingo a proibição desses "comitês populares". Apesar de o estado de emergência e o cessar-fogo noturno permanecerem em vigor, o trânsito voltou a registrar seus habituais engarrafamentos nesta segunda-feira de manhã no Cairo. Os moradores voltaram ao trabalho, enquanto as lojas estavam abertas.
Tanques do Exército continuam posicionados em trechos importantes da capital, e o governo anunciou que as mesquitas serão fechadas fora das horas de oração, para tentar evitar mobilizações pró-Mursi. O presidente deposto foi acusado por seus críticos e por milhões de manifestantes de ter concentrado o poder em benefício dos islamitas e de ter arruinado de vez a economia.
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