EUA cogitam cancelar exercícios militares com Egito após distúrbios no Cairo
Os Estados Unidos consideram cancelar os exercícios militares no Egito devido aos episódios de violência desta quarta-feira no país norte-africano, confirmaram fontes do Pentágono à Agência Efe.
O jornal "Wall Street Journal", ao citar fontes oficiais anônimas, havia revelado que o governo americano considera "seriamente" cancelar os exercícios, que estavam previstos para daqui a um mês.
A Casa Branca decidiu em julho suspender o envio de quatro caças F-16 ao Egito depois da escalada de tensões provocadas pela queda do então presidente Mohammed Mursi, deposto pelas Forças Armadas no dia 3 daquele mês.
Porém, até o momento, os Estados Unidos se negaram a congelar os US$ 1,5 bilhão de ajuda militar americana para o Egito, embora as mesmas fontes tivessem garantido ao jornal que essa assistência financeira poderá ser revista.
O secretário de Estado americano, John Kerry, condenou a violência que matou 235 pessoas e deixou mais de 2 mil feridos no país. "Os eventos são deploráveis e vão contra as aspirações egípcias de paz, inclusão e democracia genuína. Os egípcios dentro e fora do governo devem dar um passo atrás, acalmar os ânimos e evitar que se percam mais vidas", disse Kerry, que também pediu a suspensão do estado de emergência no país.
Nem Kerry nem o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, que também condenou a violência dos confrontos e exigiu calma em comunicado, falaram sobre possíveis consequências ou represálias contra o Egito.