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África

Guiné, Libéria e Serra Leoa isolarão áreas de casos de ebola

O surto de ebola, o mais grave registrado desde a descoberta da doença em 1976, já infectou 1.323

2 ago 2014 - 04h59
(atualizado às 05h34)
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<p>Funcion&aacute;rios da &aacute;rea m&eacute;dica carregam corpo de v&iacute;tima do Ebola em Serra Leao</p>
Funcionários da área médica carregam corpo de vítima do Ebola em Serra Leao
Foto: Umaru Fofana / Reuters

As autoridades de Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram que vão isolar as áreas que concentram 70% dos casos de ebola e que poderão restringir a circulação de pessoas, segundo um comunicado oficial divulgado neste sábado pela imprensa local. Estas são algumas das medidas que os chefes de Estado e de governo dos países da União do Rio Mano (MRU, sigla em inglês), que reúne Serra Leoa, Libéria, Guiné e Costa do Marfim, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) acordaram ontem à noite na cúpula realizada em Conacri, a capital da Guiné, para coordenar a estratégia contra o ebola.

Poucas horas antes, a diretora geral da OMS, Margaret Chan, alertou em Conacri que os países afetados pela epidemia poderiam ser obrigados a restringir a circulação de pessoas e a utilizar suas forças policiais para proteger o trabalho das equipes de saúde. O surto de ebola, o mais grave registrado desde a descoberta da doença em 1976, já infectou 1.323, pessoas desde março, das quais 729 morreram.

Os três países mais castigados pela epidemia concordaram em isolar as cidades e aldeias nas regiões fronteiriças que concentrem mais de 70% dos casos de ebola registrados. Essa quarentena será controlada pela polícia e pelas Forças Armadas. Além disso, os serviços de saúde nesses locais serão reforçados.

Os países também cogitam a possibilidade de restringir a circulação de pessoas e, inclusive, proibir as concentrações de gente. As autoridades oferecerão proteção ao pessoal de saúde que trabalha para conter a epidemia, conforme recomendou a OMS.

"Garantiremos a proteção de todo o pessoal nacional e internacional envolvido na luta contra o ebola", acrescentou o comunicado, divulgado no final da noite de ontem. Em contrapartida, os países da MRU pediram o apoio da comunidade internacional para que forneça recursos para melhorar a capacidade de seus laboratórios.

"Queremos garantir para a comunidade internacional que a doença não será exportada", afirmaram, antes de informar que medidas foram tomadas para controlar o movimento de pessoas nos portos de entrada internacionais. Finalmente, pediram às ONG que colaboram na luta contra o ebola que desenvolvam seu trabalho dentro dos planos nacionais de saúde.

O surto da doença, confirmado em três dos quatro países que integram a MRU, se transformou em uma ameaça "nacional, regional e mundial", frente à qual os Estados dessa organização regional carecem de meios suficientes para controlar, segundo eles mesmos admitiram. A epidemia já matou 339 pessoas na Guiné, 233 em Serra Leoa e 156 na Libéria. Também há o registro de uma morte na Nigéria.

O ebola - que é transmitido por contato direto com o sangue e os fluidos corporais de pessoas e animais infectados - causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%. Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ebola na África Ocidental, já que, até agora, os casos estavam restritos à África Central.

Foto: Arte Terra

EFE   
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