Jornalista morre em cobertura de protesto islamita no Egito
Protestos estão sendo convocados pela Irmandade Muçulmana depois que centenas de membros foram condenados a morte
A jornalista egípcia do jornal Al Dustu Mayada Ashraf morreu nesta sexta-feira após ser atingida por dois tiros na cabeça enquanto cobria as manifestações islamitas no bairro de Ain Shams, no Cairo, informou à Agência EFE uma fonte de segurança.
Dezenas de pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos com a polícia após os protestos convocadas pela Irmandade Muçulmana. Os manifestantes entoaram cântico contra o exército, a polícia e o ex-chefe do exército Abdel Fattah al-Sissi, que apresentou sua candidatura para às próximas eleições presidenciais.
Os membros da confraria dispararam contra moradores, incendiaram pneus e lançaram coquetéis molotov, conforme a mesma fonte. Apesar de a Irmandade Muçulmana organizar manifestações a cada sexta-feira, as de hoje centraram as palavras de ordem em criticar a recém-anunciada candidatura de al-Sissi.
A Aliança para a Defesa da Legitimidade, liderada pela Irmandade Muçulmana, afirmou ontem em comunicado que, com a candidatura de al-Sissi, "cai a máscara falsa do rosto do líder do golpe de Estado", em referência à derrocada "manu militari" do ex-presidente islamita Mohammed Mursi, em 3 de julho do ano passado.
Os protestos de hoje ocorrem quatro dias depois que um tribunal condenasse a morte 528 simpatizantes da confraria por ataques contra prédios oficiais e pelo assassinato de um coronel em agosto do ano passado, em uma decisão sem precedentes na Justiça do Egito, que terá que ser confirmada em 28 de abril.
A agência Reuters informou que pelo menos três pessoas foram mortas em confrontos no Cairo, nesta sexta-feira, em meio a protestos por parte da Irmandade Muçulmana.