Linha do tempo do Egito: da queda de Mubarak à contestação de Mursi
Confira abaixo a linha do tempo dos principais acontecimentos no Egito desde os protestos que levaram à queda de Hosni Mubarak até os protestos maciços pela renúncia de Mohamed Mursi.
25 de janeiro a 11 de fevereiro de 2011
Os egípcios saem às ruas em um protesto maciço e permanente contra o governo do presidente Hosni Mubarak. Centenas morrem em confrontos entre aliados do governante e seus opositores.
11 de fevereiro de 2011
Mubarak renuncia à presidência e entrega o poder aos militares. O Exército dissolve o Parlamento e suspende a constituição, duas das principais reivindicações dos manifestantes.
19 de março de 2011
Na primeira votação pós-Mubarak, os egípcios participam de pleito sobre emendas constitucionais apoiadas pelos militares. As medidas são majoritariamente aprovadas.
9 de outubro de 2011
Tropas reprimem um protestos de cristãos no Cairo motivado por um ataque a uma igreja. Mais de 25 manifestantes morrem.
28 de novembro de 2011 a 15 de fevereiro de 2012
Os egípcios vão às urnas em eleições que se estendem por diversos turnos e semanas. A Irmandade Muçulmana obtém quase metade dos assentos na Câmara Baixa do Poder Legislativo; um quarto fica com ultraconservadores salafistas; o restante cabe a políticos liberais, independentes e seculares. Na Câmara Alta, essencialmente sem poder real no país, os islamistas assseguram 90% das cadeiras.
23, 24 de março de 2012
Primeiro turno das eleições presidenciais com 13 candidatos. Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, e Ahmed Shafiq, último premiê da era Mubarak, passam para o segundo turno.
14 de jungo de 2012
A Suprema Corte Constitucional ordena a dissolução da Câmara Baixa do Poder Legislativo.
16, 17 de junho de 2012
Segundo turno das eleições presidenciais. Mursi obtém 51,7% dos votos, derrota Shafiq e se torna o primeiro presidente democraticamente eleito da história do Egito. Ele é também o primeiro político islâmico a assumir o poder no país.
30 de junho de 2012
Mursi presta juramento.
12 de agosto de 2012
Mursi ordena a aposentadoria dos líderes militares da era Mubarak.
19 de novembro de 2012
Membros de partidos liberais e representantes das igrejas egípcias retiram-se da assembleia de 100 membros responsável pela redação da nova Constituição em protesto contra o que consideram a tentativa dos islamistas de impor suas ideias.
22 de novembro de 2012
Em ato unilateral, Mursi outorga maiores poderes a si próprio, dotando suas decisões de imunidade de revisão judicial e impedindo que as Cortes dissolvam a assembleia constituinte e a Câmara Alta do Poder Legislativo. O movimento - o mais polêmico desde o início do mandato - leva multidões às ruas em protestos por vários dias.
30 de novembro de 2012
Os islamistas da assembleia constituinte apressam-se para completar o esboço da nova Constituição. Mursi marca referendo para o dia 15 de dezembro.
4 de dezembro de 2012
Mais de 100 mil manifestantes marcham em direção ao Palácio Presidencial exigindo o cancelamento do referendo e da redação da nova constituição. No dia seguinte, islamistas atacam um ato anti-Mursi, gerando confrontos que deixam ao menos 10 mortos.
15-22 de dezembro de 2012
Em um referendo em dois turnos, os egípcios aprovam a nova constituição com 63,8 % dos votos.
29 de dezembro de 2012
O Banco Central Egípcio anuncia que suas reservas de moeda estrangeira caem de US$ 36 bilhões para US$ 15 bilhões, nível considerado um "mínimo crítico", e propõe leve queda na cotação da Libra Egípcia.
25 de janeiro de 2013
Centenas de milhares participam de protestos contra o Mursi para marcar o segundo aniversário do início da revolta contra Mubarak. Confrontos generalizados.
Fevereiro-março de 2013
Protestos em várias cidades por diversas semanas. Dezenas morrem em confrontos.
7 de abril de 2013
Horda árabe ataca a principal catedral da Igreja Ortodoxa Copta enquanto cristãos mantinham um funeral e protestavam contra a morte de quatro cristão um dia antes. O Papa copta, Tawadros II, culpa Mursi publicamente por falhar em proteger a catedral.
7 de maio de 2013
Mursi reforma o gabinete presidencial. Oficiais defendem que as mudanças têm por objetivo finalizar antigas negociações com o Fundo Monetário Internacional em prol de um empréstimo de US$ 4,8 bilhões dependente de reduções de subsídios a combustíveis e alimentos. As negociações não são finalizadas.
23 de junho de 2013
Horda lincha quatro xiitas em uma vila nos arredores do Cairo.
30 de junho de 2013
Milhõe de egípcios protestam e pedem a renúncia de Mursi. Oito pessoas morrem em confrontos no entorno da sede da Irmandade Muçulmana.
1º de julho de 2013
Protestos maciços prosseguem. O Exército dá um prazo de 48 horas para que Mursi e a oposição cheguem a um acordo, indiretamente pressionando para que o presidente renuncie.
2 de julho de 2013
Oficiais militares detalham o plano do Exército caso um acordo político não seja atingido: substituir Mursi por uma administração interina, cancelar a constituição de perfil islâmico e convocar novas eleições para 2014. À noite, Mursi discursa, defende a si próprio como o único representante legítimo do Egito e nega renúncia.
3 de julho de 2013
Fim do ultimato das 48 horas a Mursi e à oposição. Rua seguem tomadas de multidões. Tanques e helicópteros são vistos nas ruas enquanto militares encontram-se com a oposição e líderes religiosos.